Irã reforça disposição ao diálogo, mas rejeita imposições e hipocrisia

247 - O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, reafirmou a disposição do país para negociações, mas deixou claro que Teerã não aceitará pressões externas ou tentativas de coerção.

"Não dissemos que somos contra o diálogo, mas não vamos nos curvar diante de arrogantes", declarou Pezeshkian em um encontro na capital iraniana, Teerã, nesta quinta-feira (27), informa o canal HispanTV 

O líder iraniano foi enfático ao denunciar a hipocrisia de potências ocidentais que se dizem defensoras dos direitos humanos, mas fecham os olhos para ataques brutais no Oriente Médio. "Não vamos sentar à mesa com aqueles que bombardeiam mulheres e crianças enquanto fingem ser os guardiões da moralidade", afirmou.

Pezeshkian também criticou a tentativa de desarmamento do Irã. "Eles nos dizem para abrir mão de nossos mísseis e munições, mas a verdade é que querem nos deixar indefesos para atacar quando bem entenderem", pontuou.

Defesa da paz regional

O presidente iraniano ressaltou que o país não busca confrontos e deseja relações pacíficas com seus vizinhos. "Os países da região são nações muçulmanas e todos os muçulmanos são nossos irmãos. Queremos viver em harmonia e cooperação", declarou. No entanto, ele apontou que as agressões não vêm do Irã, mas sim do regime sionista, que age impunemente com o respaldo dos Estados Unidos.

Pezeshkian também rechaçou as tentativas de Washington de retomar negociações após anos de sanções contra o Irã. "Primeiro, provem que realmente querem o diálogo, depois poderemos conversar", desafiou.

A postura de Teerã endureceu ainda mais após o retorno de Donald Trump à presidência dos EUA. Apesar de dizer que quer um novo acordo com o Irã, Trump retomou sua estratégia de "pressão máxima", reforçando sanções para estrangular as exportações de petróleo iraniano.

Diante desse cenário, Pezeshkian apelou à unidade nacional para enfrentar os desafios impostos ao país. "Precisamos simplificar as regras do comércio exterior para que nossos produtores e empresários possam exportar e importar sem entraves burocráticos", concluiu.