iPhone pode ficar 43% mais caro nos EUA com novas tarifas de Trump
Atualmente, cerca de 90% dos iPhones são montados na China
Reuters - O iPhone pode se tornar significativamente mais caro nos Estados Unidos caso a Apple decida rear aos consumidores os impactos das novas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. De acordo com a empresa de investimentos Rosenblatt Securities, consultada pela Reuters, os preços do smartphone podem subir até 43% devido às taxas sobre importação de produtos da China, onde a Apple fabrica a maior parte de seus aparelhos.
As tarifas estabelecidas por Trump atingem em cheio a cadeia de produção da empresa. Atualmente, cerca de 90% dos iPhones são montados na China, país que agora enfrenta uma taxa de importação de 34% para entrar no mercado americano. A Apple tem tentado diversificar sua produção, transferindo parte das operações para o Vietnã e a Índia, mas esses países também foram impactados com tarifas de 46% e 26%, respectivamente.
Com esse cenário, os preços dos iPhones podem sofrer reajustes significativos. Segundo projeções da Rosenblatt Securities, o modelo mais básico, iPhone 16e, pode saltar de US$ 599 para US$ 856, enquanto a versão padrão do iPhone 16 subiria de US$ 799 para US$ 1.142. Já o topo de linha, iPhone 16 Pro Max, poderia atingir impressionantes US$ 2.300, ante os atuais US$ 1.599.
A Apple enfrenta um dilema: arcar com o aumento dos custos ou transferi-los para os consumidores. Para Neil Shah, cofundador da Counterpoint Research, a empresa precisaria elevar os preços em pelo menos 30% para compensar os impactos das tarifas. No entanto, esse reajuste pode prejudicar a demanda e favorecer concorrentes como a Samsung, que fabrica grande parte de seus smartphones na Coreia do Sul, onde a nova tarifa imposta pelos EUA é menor, de 25%.
O analista de ações da CFRA Research, Angelo Zino, acredita que a Apple tentará minimizar os impactos no curto prazo: "Esperamos que a Apple adie qualquer aumento significativo nos preços dos celulares até o outono, quando o iPhone 17 será lançado, já que é assim que ela costuma lidar com aumentos de preços planejados". No entanto, se as tarifas forem mantidas, um reajuste nos valores será inevitável.
A empresa ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto. Entretanto, em fevereiro, anunciou que pretende investir mais de US$ 500 bilhões e criar 20 mil empregos nos Estados Unidos, uma resposta direta ao apelo de Trump para que empresas americanas tragam sua produção de volta ao país.
Durante seu primeiro mandato, Trump já havia implementado tarifas sobre produtos chineses, mas a Apple conseguiu isenções para vários de seus itens. Desta vez, ainda não há sinal de que a empresa receberá o mesmo benefício. Caso não consiga contornar as tarifas, a gigante de tecnologia pode enfrentar um desafio duplo: lidar com custos mais altos e tentar recuperar o interesse dos consumidores, que demonstram menos entusiasmo com o Apple Intelligence, novo conjunto de recursos com inteligência artificial.
Com mais de 220 milhões de iPhones vendidos anualmente, a Apple tem um peso significativo no mercado global de tecnologia. Qualquer aumento expressivo no preço de seus produtos pode impactar não apenas as vendas, mas também a competitividade da empresa diante de seus rivais. A decisão da Apple sobre como lidar com as novas tarifas de importação poderá moldar o futuro do setor nos próximos anos.
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