Indonésia vive protestos violentos em meio a temores de retorno à ditadura militar
Manifestantes temem retorno ao autoritarismo e enfrentam repressão policial em diversas cidades
247 - Milhares de indonésios têm saído às ruas em diversas cidades, incluindo Jacarta e Surabaia, para protestar contra uma reforma legislativa, aprovada recentemente, que amplia a presença de militares em instituições civis do governo.
A medida, que permite que oficiais ativos ocupem mais cargos civis sem necessidade de desligamento das forças armadas, tem gerado preocupações sobre um possível retorno à militarização do Estado e retrocesso nos avanços democráticos conquistados nas últimas décadas.
Os protestos, liderados principalmente por estudantes e ativistas, têm sido marcados por confrontos com as forças de segurança. Em Jacarta, a polícia utilizou canhões de água contra manifestantes que lançaram coquetéis molotov durante os atos. Em Surabaia, manifestantes incendiaram pneus e enfrentaram a polícia em frente ao edifício do governo local.
Organizações de direitos humanos expressaram preocupação com a repressão aos protestos e possíveis violações à liberdade de imprensa. A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) alertou para o aumento dos ataques contra jornalistas que cobrem manifestações, enfatizando a importância de proteger a liberdade de informar os cidadãos sobre as causas dos protestos e a resposta das autoridades.
Contexto perigoso
A aprovação da lei ocorre em um contexto de crescente influência militar no governo do presidente Prabowo Subianto, ex-general que serviu durante o regime autoritário de Hadji Mohamed Suharto, que governou o país entre 1967 e 1998. Críticos temem que a medida possa enfraquecer a supervisão civil sobre os militares e abrir caminho para abusos de poder, comprometendo os princípios democráticos estabelecidos desde a queda da ditadura local.
O governo defende a reforma como necessária para adaptar as forças armadas às mudanças geopolíticas e tecnológicas globais. No entanto, a crescente onda de protestos indica uma significativa resistência popular à medida, refletindo temores de que a Indonésia possa estar caminhando para um retrocesso democrático.
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