Hezbollah diz ver “espaço promissor” para diálogo com o presidente libanês Joseph Aoun
Deputado Mohammad Raad afirma que portas permanecem abertas para entendimento com Aoun e destaca soberania libanesa diante de pressões dos EUA e de Israel
247 - O grupo Hezbollah manifestou otimismo quanto ao diálogo político com o presidente do Líbano, Joseph Aoun. Em declaração após reunião realizada no Palácio de Baabda, o deputado Mohammad Raad, líder do bloco parlamentar Fidelidade à Resistência, afirmou que há um “espaço amplo e promissor” para entendimentos entre o movimento e o chefe de Estado libanês. As informações são do Al Mayadeen.
Durante o encontro com Aoun, ocorrido na segunda-feira, Raad ressaltou que o Hezbollah “não se sente limitado por qualquer cronograma, local ou método específico, desde que os assuntos estejam sendo tratados com responsabilidade pelo presidente Aoun”. O parlamentar também declarou que “não há portas fechadas para o diálogo e a troca de ideias com o presidente libanês em nenhum nível” e acrescentou: “essas portas permanecerão abertas”.
Soberania, ocupação e reconstrução
Segundo Raad, a reunião abordou temas centrais para o futuro do Líbano, como a preservação da soberania nacional, o fim da ocupação israelense, a cessação de agressões e violações apoiadas por países que, em tese, são garantidores do acordo de cessar-fogo. Também foi discutida a necessidade de reconstrução e fortalecimento institucional.
“É essencial manter a estabilidade e libertar as instituições através do respeito aos compromissos constitucionais, como demonstrado recentemente nas eleições municipais e locais”, destacou o deputado. Para ele, “não há dúvida de que tudo está interconectado, pois o mundo se tornou uma aldeia global, mas, na prática, cada país tem sua autoridade, sua soberania e seus representantes que sabem o que melhor atende aos seus interesses”.
“Resistência é o que conquistou a libertação”
Na ocasião do Dia da Resistência e da Libertação, Raad aproveitou para felicitar o povo libanês e enfatizou o papel da luta armada contra a ocupação. “Esta é uma celebração da resistência e da libertação, não apenas da libertação, porque foi a resistência que conquistou a libertação”, afirmou.
Sheikh Qassem: “Pressão dos EUA não satisfará Israel”
As falas de Raad foram seguidas por um discurso firme do secretário-geral adjunto do Hezbollah, Sheikh Naim Qassem, feito no domingo anterior à data comemorativa. Qassem sustentou que a resistência libanesa continua a desempenhar papel central na proteção do país, sendo “o caminho para a libertação” e um freio às “ambições expansionistas de Israel”.
Ele condenou o que chamou de tentativa dos Estados Unidos de impor condições ao Líbano, em benefício de Tel Aviv. “Vocês [Washington] não conseguirão o que não obtiveram pela guerra. Essas condições jamais serão aceitas, independentemente dos sacrifícios ou dos custos do enfrentamento”, declarou.
Qassem também responsabilizou o Estado libanês pela implementação do cessar-fogo. “A responsabilidade de aplicar o acordo cabe ao Estado. Mas, caso o governo falhe em seu dever, outras opções permanecerão com a Resistência”, alertou.
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