Harvard não poderá matricular estrangeiros se não atender Trump
Departamento de Segurança Interna suspende bolsas e pressiona universidade a investigar supostas “atividades ilegais”
247 - O governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, intensificou sua ofensiva contra instituições de ensino superior do país. Na noite desta quarta-feira (16), o Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) anunciou que a Universidade Harvard poderá perder o direito de matricular estudantes estrangeiros caso não atenda às exigências federais. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A secretária do DHS, Kristi Noem, também comunicou o cancelamento de duas bolsas financiadas pelo departamento destinadas à universidade, num valor superior a US$ 2,7 milhões. Em carta enviada à instituição, Noem exigiu explicações até 30 de abril sobre o que chamou de “atividades ilegais e violentas” envolvendo estudantes estrangeiros com visto ativo. “Se Harvard não puder verificar que está em plena conformidade com seus requisitos de relatório, a universidade perderá o privilégio de matricular estudantes estrangeiros”, declarou. Ela completou: “Com um patrimônio de US$ 53,2 bilhões, Harvard pode financiar seu próprio caos — o Departamento de Segurança Interna não o fará.”
O endurecimento do discurso vem na esteira de uma série de pressões do governo Trump contra universidades norte-americanas, sob a alegação de que os campi estariam abrigando manifestações antissemitas e “ideologias antiamericanas, pró-Hamas”, durante protestos contra a atuação de Israel na guerra em Gaza.
Na última segunda-feira (14), Harvard recusou as imposições da istração republicana. “A universidade não renunciará a sua independência nem abrirá mão de seus direitos constitucionais. As demandas do governo vão além do poder da gestão federal”, afirmou o reitor da instituição, Alan Garber. Um porta-voz da universidade confirmou à Reuters o recebimento da carta de Noem e reiterou a posição da instituição.
Além das ameaças de cortar o o de Harvard a estudantes internacionais, o governo Trump já havia congelado cerca de US$ 2,2 bilhões em rees federais a instituições de ensino superior e sinalizou que poderá retirar benefícios fiscais das universidades. Entre as exigências feitas está uma controversa auditoria das opiniões políticas de alunos e professores — medida duramente criticada por entidades acadêmicas e por juristas por ferir o princípio da liberdade de expressão.
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