Harvard alerta que pesquisas em segurança nacional e saúde pública estão em perigo

WILMINGTON, Delaware (Reuters) - A Universidade de Harvard recorreu à Justiça nesta segunda-feira pedindo que seja emitida uma decisão, em um julgamento sumário, para descongelar US$ 2,5 bilhões em financiamento bloqueados pelo governo do presidente Donald Trump, o que a instituição de ensino classifica como ilegal.

Na ação, Harvard no Tribunal Distrital dos EUA em Boston afirma ter recebido 957 ordens desde 14 de abril para congelar o financiamento de pesquisas relacionadas a ameaças à segurança nacional, câncer e doenças infecciosas, entre outras, desde que a universidade mais antiga e mais rica do país rejeitou uma lista de exigências da Casa Branca.

Trump disse que está tentando forçar mudanças em Harvard -- e em outras universidades de alto nível nos EUA -- porque, na sua visão, elas foram capturadas pelo pensamento esquerdista "woke" e se tornaram bastiões do antissemitismo.

O governo Trump não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A juíza distrital dos EUA, Allison Burroughs, marcou para 21 de julho a apresentação de argumentos sobre a moção de Harvard para julgamento sumário, que é um pedido para que um juiz decida uma disputa sem um julgamento usual para determinar fatos materiais.

Harvard processou o governo Trump em abril, alegando que o congelamento do financiamento violou o direito da universidade à liberdade de expressão e foi arbitrário e caprichoso.

No processo judicial desta segunda-feira, Harvard detalhou os subsídios suspensos, incluindo US$88 milhões para pesquisa sobre HIV pediátrico, US$12 milhões para aumentar a conscientização do Departamento de Defesa sobre ameaças biológicas emergentes e US$8 milhões para entender melhor a energia escura.

Segundo a universidade, o fim do financiamento deve arruinar pesquisas em andamento sobre tratamentos de câncer, doenças infecciosas e Parkinson.