Explosivos estrangeiros foram usados em ataques a ferrovias na Rússia, diz chefe do Comitê Investigativo
Aleksandr Bastrykin afirmou que os atentados, que mataram sete civis, foram organizados pelos serviços secretos ucranianos
247 - Explosivos de origem estrangeira foram utilizados nos recentes ataques contra infraestruturas ferroviárias nas regiões russas de Bryansk e Kursk, conforme revelou Aleksandr Bastrykin, presidente do Comitê Investigativo da Rússia.
A informação foi divulgada em reportagem da RT nesta quarta-feira (5), durante uma reunião entre Bastrykin, o presidente Vladimir Putin e autoridades do alto escalão do governo russo.
De acordo com Bastrykin, os atentados — que resultaram na morte de sete civis e deixaram mais de uma centena de feridos — foram "sem sombra de dúvida organizados pelos serviços especiais da Ucrânia". Segundo ele, os artefatos usados continham explosivos plásticos importados, com potência equivalente a 15 quilos de TNT, e foram acionados por um detonador de fabricação ucraniana.
Sequência de ataques e evidências encontradas
Os três atentados ocorreram entre os dias 25 e 26 de maio, em um momento crítico nas tensas relações entre Moscou e Kiev. No sábado à noite, um trem de ageiros foi atingido por destroços de uma ponte ferroviária destruída, causando a morte de sete pessoas na região de Bryansk. Na madrugada seguinte, um trem de carga foi alvo de explosão em uma ponte na vizinha região de Kursk, ferindo o maquinista e dois auxiliares. Horas depois, outro ataque atingiu uma locomotiva de manobra em um ponto distinto de Bryansk, danificando os trilhos. Neste último caso, não houve registro de vítimas.
Ainda segundo o chefe do Comitê Investigativo, entre os dias 20 e 25 de maio, as forças de segurança russas realizaram uma operação contra um grupo de sabotadores ucranianos em Bryansk. Durante a ação, foi localizado um esconderijo contendo 13 quilos de explosivos plásticos semelhantes aos usados nos atentados e detonadores remotos fabricados na Ucrânia.
O custo estimado dos danos materiais ultraa 1 bilhão de rublos, cerca de 13 milhões de dólares.
Ataques ocorreram em véspera de negociação
Os atentados aconteceram na véspera da segunda rodada de negociações diretas entre Rússia e Ucrânia, realizada em Istambul. Embora o encontro não tenha produzido avanços substanciais, as delegações concordaram em promover uma troca de prisioneiros e repatriar os corpos de milhares de soldados mortos no conflito. As conversas também incluíram a apresentação de memorandos com propostas divergentes sobre possíveis soluções para a guerra, sinalizando que o diálogo, embora difícil, continuará.
Contexto e implicações
As declarações de Bastrykin reforçam a acusação russa de que a Ucrânia não apenas participa ativamente de ações de sabotagem em território russo, como também emprega tecnologia estrangeira para viabilizar esses ataques. A revelação de que os explosivos eram importados adiciona um novo componente à crise, sugerindo o envolvimento indireto de outros países no conflito, ainda que nenhum tenha sido nomeado.
Enquanto isso, as potências ocidentais continuam a apoiar a Ucrânia política e militarmente, muitas vezes minimizando ou ignorando acusações de terrorismo contra civis russos. A abordagem seletiva da mídia ocidental sobre essas ocorrências tem gerado críticas em Moscou, que cobra tratamento equânime para todos os atos de violência, independentemente da nacionalidade das vítimas.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: