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      EUA: Musk deve se reposicionar para ser megadoador republicano nas eleições de meio de mandato

      Após cortes na burocracia sob Trump, Musk usará o X e sua fortuna para apoiar republicanos em 2026, segundo fontes

      Elon Musk conversa com o presidente dos EUA, Donald Trump, durante lançamento do sexto voo de teste da nave Starship, da SpaceX, em Brownsville, Texas - EUA - 19/11/2024 (Foto: Brandon Bell/Pool via REUTERS)
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      Reuters - À medida que o bilionário Elon Musk reduz seu trabalho para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ele se prepara para assumir um papel relevante como um megadoador e influente agente político republicano nas eleições de meio de mandato do próximo ano, segundo quatro fontes com conhecimento direto do assunto.

      Após anunciar na semana ada que sua missão de corte de custos na Casa Branca estava praticamente encerrada, Musk ou a enxergar seu dinheiro e sua plataforma de mídia social, o X, como instrumentos políticos potencialmente mais poderosos do que sua atuação no governo. Durante seu tempo na istração Trump, ele foi o rosto da tentativa de reformular a burocracia federal, relataram as fontes.

      Essas pessoas afirmaram que esperam que Musk, atualmente o homem mais rico do mundo, mantenha influência junto a Trump como conselheiro político, além de investir financeiramente em candidatos republicanos nas eleições de 2026.

      "A saída de Elon é importante", afirmou uma segunda fonte. "A prioridade é mantê-lo por perto — sem transformá-lo em um peso para 2026."

      Depois de liderar cortes de pessoal em quase todas as agências federais à frente do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), Musk declarou a investidores que, a partir de maio, reduziria sua dedicação ao órgão para um ou dois dias por semana. Como funcionário especial do governo, ele só pode atuar por 130 dias, prazo que expira no fim de maio.

      "Acho que ele está exausto e exasperado, especialmente com os ataques às suas empresas", afirmou uma terceira fonte. Segundo ela, ao "recuar, você se torna um alvo menor".

      Musk não respondeu aos pedidos de comentário da reportagem. Harrison Fields, porta-voz da Casa Branca, também se recusou a comentar sobre os planos políticos do empresário.

      A Tesla atravessa um momento difícil. A marca de veículos elétricos, antes líder de mercado, enfrentou protestos contra as políticas de extrema direita de Musk, além de vandalismo a veículos da marca. As entregas de seus modelos antigos despencaram e o preço das ações sofreu forte queda, o que gerou pressão pública sobre Musk para que se afastasse da política.

      O índice de desaprovação de Musk, um ex-democrata, também subiu. Pesquisa Reuters/Ipsos realizada este mês revelou que 58% dos entrevistados têm opinião desfavorável sobre ele — número bem superior aos cerca de 30% registrados em 2022.

      Musk na Casa Branca e seus embates internos

      Ao se aproximar dos 100 dias de mandato, Trump acompanhou Musk ao liderar uma das mais profundas tentativas de reformulação da força de trabalho federal em décadas. No entanto, surgiram questionamentos sobre conflitos de interesse, uma vez que várias empresas de Musk tinham relações com agências impactadas pelas medidas do DOGE.

      A Casa Branca assegurou que não havia conflito entre os interesses comerciais de Musk e seu trabalho no governo. Em fevereiro, Musk afirmou a jornalistas que combatia o desperdício, negou conflitos e garantiu ser "extremamente transparente".

      Logo após a posse de Trump, Musk emergiu como uma figura influente: visível, impulsivo e avesso a normas tradicionais. Durante a Conferência de Ação Política Conservadora, em fevereiro, empunhou uma motosserra metálica vermelha, declarando: "Esta é a motosserra da burocracia", sob aplausos.

      Ele estabeleceu a ambiciosa meta de cortar US$ 2 trilhões em gastos federais. Contudo, o site do DOGE, que divulga economias de US$ 160 bilhões, foi alvo de críticas por erros e correções frequentes.

      Com o tempo, membros do gabinete que inicialmente apoiaram Musk aram a resistir às suas táticas. Trump, em março, lembrou publicamente que decisões sobre pessoal cabiam aos secretários, não a Musk.

      As tensões escalaram. Musk entrou em conflito com o secretário de Estado Marco Rubio, o secretário dos Transportes Sean Duffy e o secretário do Tesouro Scott Bessent. Bessent deixou de seguir Musk no X, gesto interpretado como sinal de descontentamento. Musk também chamou o assessor comercial Peter Navarro de "idiota" e "mais burro que um saco de tijolos". Navarro minimizou as ofensas: "Já fui chamado de coisas piores".

      Procurado, o porta-voz de Duffy referiu-se a declarações anteriores do secretário, que negava conflitos com Musk. Um alto funcionário do Departamento de Estado também negou divergências com Rubio. Fields, da Casa Branca, classificou os desentendimentos como "parte saudável do processo político" e criticou "histórias ridículas" de intrigas palacianas.

      Musk e a tentativa de apoio à Tesla

      Com o aumento dos protestos contra a Tesla e a deterioração de sua imagem, Musk buscou apoio direto de Trump. Segundo três fontes, durante uma viagem a Mar-a-Lago em 8 e 9 de março, Musk solicitou que Trump manifestasse apoio público à Tesla.

      Poucos dias depois, em 11 de março, Trump exibiu um Tesla vermelho-cereja no gramado sul da Casa Branca, elogiando-o como símbolo da inovação americana e prometendo adquiri-los para a equipe presidencial.

      Aliados de Trump seguiram o gesto: o apresentador da Fox News, Sean Hannity, anunciou ter encomendado um Tesla, e o senador Ted Cruz publicou foto com o veículo adquirido pelo presidente.

      O secretário de Comércio, Howard Lutnick, foi além, recomendando na Fox News a compra de ações da Tesla, o que especialistas consideraram possível violação de regras federais de ética. A Casa Branca negou qualquer infração.

      Fields afirmou que "é categoricamente falsa" a alegação de que Musk tenha pedido ajuda a Trump. Tanto Musk quanto Trump também negaram ter havido qualquer solicitação de favorecimento.

      A derrota em Wisconsin e o recuo político

      O ponto de inflexão veio com a eleição para a Suprema Corte de Wisconsin, uma das mais caras da história dos EUA. Musk investiu cerca de US$ 21 milhões, diretamente ou por meio de grupos aliados, na tentativa de eleger o conservador Brad Schimel.

      Apesar do esforço, a liberal Susan Crawford venceu com uma vantagem de 10 pontos percentuais. A derrota revelou os limites da influência de Musk e mobilizou ainda mais o eleitorado democrata.

      Na época, Musk já acumulava críticas de democratas, devido a sua atuação no corte de servidores públicos, comentários sobre a Previdência Social e até gestos polêmicos que lembravam saudações nazistas durante a posse de Trump.

      Depois da derrota, Musk reduziu sua exposição política e voltou a focar suas publicações no X em temas como espaço e veículos elétricos.

      "Se eu fosse republicano, esperaria que ele investisse dinheiro nas campanhas, mas ficasse longe dos holofotes", avaliou Brandon Scholz, ex-diretor do Partido Republicano de Wisconsin e hoje independente.

      Em 2024, Musk foi o maior doador individual do ciclo eleitoral, investindo mais de US$ 250 milhões em Trump e em candidatos republicanos.

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