Em guerra comercial, EUA dizem que Trump e Xi Jinping se encontrarão para resolver disputa sobre minerais
Secretário do Tesouro norte-americano, Bessent fez o comentário após o presidente dos Estados Unidos fazer novos ataques ao país asiático
247 - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse acreditar que os presidentes Donald Trump (EUA) e Xi Jinping (China) falarão para resolver questões comerciais, incluindo uma disputa sobre minerais essenciais. "Acredito que veremos algo muito em breve", afirmou o dirigente em um contexto de novos ataques feitos pelo presidente norte-americano, ao acusar o país asiático de violar um acordo para reduzir mutuamente as tarifas e as restrições comerciais para minerais essenciais.
Os dois países concordaram em reduzir temporariamente as chamadas "tarifas recíprocas" entre os dois países durante 90 dias. As tarifas dos EUA sobre as importações chinesas diminuirão de 145% para 30%. As taxas da China sobre os produtos americanos cairão de 125% para 10%.
Na tentativa de frear a guerra comercial lançada pelo governo Trump, a China havia suspendido a exportação de minerais e terras raras - tungstênio, molibdênio, índio, bismuto e telúrio. São componentes usados em áreas estratégicas da indústria norte-americana como defesa, semicondutor, aeroespacial e automotivo.
"Estou confiante de que, quando o presidente Trump e o presidente do partido Xi telefonarem, isso será resolvido", continuou Bessent. "Mas o fato de que eles estão retendo alguns dos produtos que concordaram em liberar durante nosso acordo - talvez seja uma falha no sistema chinês, talvez seja intencional. Veremos depois que o presidente falar com o presidente do partido." A entrevista foi concedida à emissora CBS.
Na última sexta-feira (30), Trump disse ter certeza de que falaria com o presidente Xi Jinping. A China disse em abril que os dois líderes não haviam conversado recentemente.
O país asiático está na linha de frente entre os que fazem uma política externa contra hegemônica aos EUA. E alguns dados estatísticos também explicam um pouco do temor dos norte-americanos. Em 2024, por exemplo, a China esteve entre os dez países que mais cresceram - taxa de 5%, apontaram números oficiais.
O primeiro lugar foi da Índia (6,5%), seguida por Filipinas (5,6%), Malásia (5,1%), Indonésia (5,0%) e China (5,0%). No ano ado, o PIB chinês totalizou cerca de 134,9 trilhões de yuans, algo em torno de US$ 17 trilhões a US$ 19 trilhões. Na conversão para o real, o valor fica acima dos R$ 100,18 trilhões.
No primeiro trimestre de 2025, a economia da China cresceu 5,4%, em comparação com igual período do ano ado. O mercado estimava aumento de 5,1% no PIB chinês.
Também como parte de uma política externa multilateral, a China foi um dos países que mais defenderam a expansão do Brics, sediado no país asiático. E um dos principais debates dentro do bloco é o uso de uma moeda comum, o que diminui a dependência do dólar para transações comerciais.
Atualmente, o Brics é formado por Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. O Brics inclui, ainda, países parceiros - Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão (com Reuters).
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