Coreia do Sul não contestará tarifas de Trump por 'dívida histórica'; em vez disso, presidente elogia EUA
País asiático aceita tarifas impostas pelo presidente dos EUA, apesar de impactos severos em sua própria indústria
20 de abril - 247 - O presidente interino e primeiro-ministro da Coreia do Sul, Han Duck-soo, declarou que seu país não pretende resistir às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, pois considera que tem uma "dívida histórica" com os norte-americanos pelo apoio econômico recebido durante o século XX, especialmente após a Guerra da Coreia.
“Nossa capacidade industrial, nosso desenvolvimento financeiro, nossa cultura, nosso crescimento e nossa riqueza se devem em grande parte à ajuda dos Estados Unidos”, afirmou Han em entrevista ao Financial Times.
Segundo o presidente interino, Seul busca abrir diálogo com o presidente dos EUA, Donald Trump, a fim de encontrar “soluções que sejam mais vantajosas para ambos, ao invés de encarar as ações deles como algo contra o qual devemos lutar”.
Han contou que teve uma “boa conversa” por telefone com Trump, que durou 28 minutos, e sinalizou que a Coreia do Sul está disposta a discutir formas de reduzir seu superávit comercial com os EUA, o que incluiria a compra de gás natural liquefeito norte-americano e aviões comerciais.
Ele também afirmou que Seul está aberta a tratar de barreiras não tarifárias e sugeriu que a ampliação da cooperação na construção naval militar “pode ajudar os EUA a fortalecer suas alianças”.
As declarações surgem após a adoção de medidas de apoio à indústria pelo governo sul-coreano, em reação às tarifas comerciais dos EUA. Diante da possibilidade de uma tarifa de 25% sobre as exportações, o governo sul-coreano propôs um orçamento suplementar de 12,2 trilhões de wones — cerca de 8,6 bilhões de dólares — para apoiar setores estratégicos da economia.
No último dia 2 de abril, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma ordem executiva estabelecendo tarifas “recíprocas” sobre importações de outros países.
A taxa básica definida foi de 10%. A partir de 9 de abril, foram aplicadas tarifas adicionais a produtos de 57 países, com valores calculados conforme o déficit comercial dos EUA com cada um deles, numa tentativa de equilibrar as balanças comerciais.
Contudo, no dia 9, Trump anunciou que mais de 75 países não adotaram medidas retaliatórias e solicitaram negociações. Por isso, durante 90 dias, a tarifa básica de importação de 10% será aplicada universalmente — com exceção da China. (Com informações da Sputnik).
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