Conselho de Segurança Nacional dos EUA reduz funcionários em drástica reestruturação
A mudança ocorreu poucas semanas após o secretário de Estado Marco Rubio assumir o lugar de Mike Waltz como conselheiro de Segurança Nacional
WASHINGTON (Reuters) - Uma reestruturação do Conselho de Segurança Nacional (NSC, em inglês) da Casa Branca foi iniciada nesta sexta-feira, quando o presidente Donald Trump decidiu reduzir o tamanho e o escopo do outrora poderoso órgão, segundo cinco fontes informadas sobre o assunto.
Funcionários que lidam com uma variedade de questões geopolíticas importantes, da Ucrânia à Caxemira, receberam avisos de demissão à tarde, disseram as fontes, que pediram anonimato pois não tinham permissão para falar com a mídia.
A mudança ocorreu poucas semanas após o secretário de Estado Marco Rubio assumir o lugar de Mike Waltz como conselheiro de Segurança Nacional. O NSC preferiu não comentar.
A expectativa é que a reestruturação do NSC reduza ainda mais a influência da agência, transformando-a de um poderoso órgão de formulação de políticas em uma pequena organização focada mais na implementação da agenda do presidente, disseram as fontes.
Na prática, espera-se que a medida conceda mais autoridade ao Departamento de Estado, ao Departamento de Defesa e a outros departamentos e agências envolvidos em questões de diplomacia, segurança nacional e inteligência, acrescentaram as fontes.
O objetivo do governo é reduzir o tamanho do NSC para apenas algumas dezenas de pessoas. Quatro fontes com conhecimento dos planos disseram esperar que o número final de funcionários do NSC chegue a cerca de 50 pessoas.
O NSC é tradicionalmente o principal órgão usado pelos presidentes para coordenar a estratégia de Segurança Nacional. Sua equipe geralmente toma decisões importantes em relação à abordagem dos Estados Unidos em relação aos conflitos mais voláteis do mundo e desempenha um papel fundamental para manter os EUA seguros.
O órgão tinha mais de 300 funcionários durante o governo do presidente democrata Joe Biden, mas, mesmo antes das recentes demissões de Trump, já tinha bem menos da metade do tamanho do NSC de Biden. Os funcionários do NSC que forem demitidos da agência serão transferidos para outros cargos no governo, disseram duas das fontes à Reuters.
Muitos conservadores há muito tempo pressionam por um NSC reduzido, argumentando que vários dos cargos são duplicatas de funções encontradas em outras áreas do governo.
O NSC tem tido dificuldades para recrutar os melhores talentos nos últimos meses. Alguns cargos importantes, como o posto mais alto de supervisão de assuntos latino-americanos, nunca foram preenchidos de forma permanente.
Vários funcionários de alto escalão foram demitidos no início do ano após a teórica da conspiração de direita Laura Loomer apresentar a Trump uma lista de funcionários da segurança nacional que ela considerava desleais.
A revelação de que Waltz, o conselheiro de Segurança Nacional anterior, havia compartilhado acidentalmente informações sobre uma campanha de bombardeio iminente no Iêmen com um jornalista da Atlantic abalou ainda mais o moral.
Como parte da reestruturação, a previsão é que certas seções do NSC -- conhecidas como diretorias -- sejam combinadas com outras diretorias ou eliminadas por completo, disseram três fontes. Na maioria das diretorias que permanecem, restam apenas alguns funcionários, acrescentaram as fontes.
Entre as diretorias que podem deixar de operar como órgãos independentes estão as que supervisionam os assuntos africanos e as organizações multilaterais, como a Otan, disseram as três fontes.
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