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      Cientistas atômicos ajustam "Relógio do Fim do Mundo": mais próximo do que nunca da meia-noite

      Cientistas citam os riscos da guerra na Ucrânia, das tensões em outros pontos do mundo, da inteligência artificial e das mudanças climáticas

      Explosão de bomba de hidrogênio (Foto: Departamento de Energia dos EUA/Reuters)
      Guilherme Levorato avatar
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      Reuters - Cientistas atômicos aproximaram nesta terça-feira seu "Relógio do Fim do Mundo" para o mais próximo da meia-noite do que em qualquer outro momento, citando as ameaças nucleares russas em meio à invasão da Ucrânia, as tensões em outros pontos críticos do mundo, as aplicações militares da inteligência artificial e as mudanças climáticas como fatores subjacentes aos riscos de catástrofe global.

      O Bulletin of the Atomic Scientists ajustou o relógio para 89 segundos antes da meia-noite -- o ponto teórico da aniquilação. Isso é um segundo mais próximo do que foi definido no ano ado. A organização sem fins lucrativos sediada em Chicago criou o relógio em 1947, durante as tensões da Guerra Fria que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, para alertar o público sobre a proximidade da destruição do mundo pela humanidade.

      "Os fatores que moldam a decisão deste ano -- risco nuclear, mudança climática, o possível uso indevido de avanços na ciência biológica e uma variedade de outras tecnologias emergentes, como a inteligência artificial -- não eram novos em 2024. Mas temos visto um progresso insuficiente na abordagem dos principais desafios e, em muitos casos, isso está levando a efeitos cada vez mais negativos e preocupantes", disse Daniel Holz, presidente do Conselho de Ciência e Segurança do Bulletin.

      "A definição do Relógio do Fim do Mundo em 89 segundos para a meia-noite é um aviso para todos os líderes mundiais", acrescentou Holz.

      A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 deu início ao conflito mais sangrento da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

      "A guerra na Ucrânia continua a se apresentar como uma grande fonte de risco nuclear. Esse conflito pode se intensificar e incluir armas nucleares a qualquer momento devido a uma decisão precipitada ou por acidente e erro de cálculo", disse Holz.

      Em novembro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, reduziu o limite para um ataque nuclear em resposta a uma gama mais ampla de ataques convencionais, uma medida que o Kremlin descreveu como um sinal para o Ocidente em meio a uma guerra na qual a Ucrânia recebeu armas fornecidas pelos Estados Unidos e seus aliados. A doutrina atualizada da Rússia estabeleceu uma estrutura para as condições sob as quais Putin poderia ordenar um ataque usando o maior arsenal nuclear do mundo.

      A Rússia disse em outubro que não discutirá a de um novo tratado com os Estados Unidos para substituir o Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas, que limita as armas nucleares estratégicas de cada lado e que expira em 2026, porque Moscou acredita que ele precisa ser ampliado e expandido para abranger outros países.

      "A agressão russa na Ucrânia, incluindo o uso repetido de ameaças nucleares desde o início da guerra, tem sido preocupante. Além disso, o recente retrocesso da Rússia em relação a importantes tratados de controle de armas é um sinal alarmante do aumento do risco nuclear", disse Holz.

      O Oriente Médio tem sido outra fonte de instabilidade com a guerra Israel-Gaza e hostilidades regionais mais amplas envolvendo países como o Irã. A China, com armas nucleares, intensificou a pressão militar perto de Taiwan, enviando navios de guerra e aviões para as águas e o espaço aéreo ao redor da ilha que Pequim considera seu próprio território. A Coreia do Norte, que também tem armas nucleares, continua testando vários mísseis balísticos.

      "Estamos observando atentamente e esperamos que o cessar-fogo em Gaza seja mantido. As tensões no Oriente Médio, inclusive com o Irã, ainda são perigosamente instáveis", disse Holz.

      "Há outros possíveis pontos quentes em todo o mundo, incluindo Taiwan e Coreia do Norte, e qualquer um deles pode se transformar em uma conflagração envolvendo potências nucleares, com resultados imprevisíveis e potencialmente devastadores."

      A inteligência artificial ganhou capacidade e popularidade rapidamente em 2024, o que gerou uma preocupação crescente entre alguns especialistas sobre suas aplicações militares e seus riscos para a segurança global. Os governos têm abordado o assunto aos trancos e barrancos.

      Nos Estados Unidos, por exemplo, o então presidente Joe Biden assinou em outubro um decreto com o objetivo de reduzir os riscos que a inteligência artificial representa para a segurança nacional, a economia e a saúde ou segurança pública. Seu sucessor Donald Trump o revogou na semana ada.

      "Os avanços na IA estão começando a aparecer no campo de batalha de forma provisória, mas preocupante, e uma preocupação especial é a possibilidade futura de aplicações de IA em armas nucleares. Além disso, a IA está perturbando cada vez mais o ecossistema de informações do mundo. A desinformação e a informação equivocada alimentadas pela IA só aumentarão essa disfunção", disse Holz.

      O ano ado foi o mais quente da história registrada, de acordo com cientistas da Organização Meteorológica Mundial da ONU. Os últimos 10 anos foram os 10 mais quentes já registrados, segundo a organização.

      "Embora tenha havido um crescimento impressionante na energia eólica e solar, o mundo ainda está aquém do que é necessário para evitar os piores aspectos da mudança climática", disse Holz.

      O Bulletin foi fundado em 1945 por cientistas como Albert Einstein e J. Robert Oppenheimer.

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