China recebe países da América Latina e Caribe em meio a negociações comerciais
Comércio bilateral com o bloco de países da Celac foi de US$ 427 bilhões entre janeiro e setembro de 2024, de acordo com dados chineses
Reuters - A China realiza nesta semana uma cúpula que inclui seus principais parceiros comerciais latino-americanos em um esforço para aumentar a influência e as parcerias na região, no momento em que o país chegou a um acordo comercial com os Estados Unidos.
Autoridades da América Latina e do Caribe, incluindo os presidentes do Brasil, Colômbia e Chile, participam da reunião ministerial do Fórum China-Celac em Pequim na terça-feira.
O comércio bilateral com o bloco foi de US$ 427 bilhões de janeiro a setembro de 2024, de acordo com dados chineses.
O presidente da China, Xi Jinping, fará um discurso na cúpula. A última vez que Xi discursou no fórum foi na primeira reunião do gênero, há 10 anos.
O Fórum China-Celac desafia o domínio geopolítico e econômico norte-americano de longa data na região, que o governo Trump tem procurado combater, e ocorre após EUA e China terem concordado em reduzir temporariamente as tarifas recíprocas em um acordo que superou as expectativas.
A China vem tentando formar uma coalizão global contra o que chamou de "abuso de tarifas" por parte dos Estados Unidos.
Desde que as duas maiores economias do mundo impam tarifas muito acima de 100% sobre os produtos uns dos outros no mês ado, a China buscou o Sudeste Asiático e a Ásia Central, pedindo a seus parceiros comerciais que mantenham a posição contra a "intimidação unilateral" e defendam o multilateralismo.
A China também fez progressos em questões comerciais com a União Europeia, concordando em discutir a fixação de preços mínimos para veículos elétricos fabricados na China.
O Fórum China-Celac, uma plataforma de cooperação intergovernamental entre a China e os países da América Latina e do Caribe, tem sido um veículo para aprofundar o diálogo entre a China e o bloco sobre comércio, investimento e cooperação em infraestrutura no âmbito da Iniciativa Cinturão e Rota da China.
O destaque das tensões entre a China e os EUA na região tem sido o Canal do Panamá, que o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou retomar.
COMMODITIES - A China é o principal comprador de matérias-primas da América Latina, incluindo cobre, minério de ferro e minerais, mas seu comércio com o Brasil pode ser destaque nesta semana.
Coincidindo com a cúpula, Pequim também receberá a visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira. Mais de uma dúzia de s bilaterais são esperadas.
A China é, de longe, o maior mercado de exportação do Brasil, um comércio dominado por commodities como soja, minério de ferro e petróleo bruto.
No ano ado, a China comprou US$ 37 bilhões em soja do Brasil, tornando-o o seu principal fornecedor da oleaginosa conforme busca se distanciar dos Estados Unidos. Na semana ada, a China retomou as importações de remessas de soja brasileira de cinco empresas anteriormente suspensas por questões fitossanitárias.
Em uma postagem, o presidente chileno Gabriel Boric confirmou sua participação na cúpula em Pequim e disse que se encontrará com Xi.
A reunião pode discutir os interesses comerciais das empresas chinesas no segundo maior produtor de lítio do mundo, depois que o grupo metalúrgico Tsingshan disse que continua interessado em oportunidades de investimento no setor do Chile.
Em outras frentes, mais cooperação em infraestrutura poderá ser destacada, já que a reunião de alto nível prepara o caminho para a cúpula do Brics a ser realizada no Rio de Janeiro em julho.
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