China considera tarifas dos EUA economicamente inviáveis e rejeita escalada
Governo chinês afirma que novos aumentos tarifários deixaram de ter sentido econômico e não terão mais resposta
247 – O governo da China declarou nesta quinta-feira (17) que a escalada tarifária promovida pelos Estados Unidos "não faz mais sentido econômico" e que o país não responderá a novas rodadas de aumento de tarifas. A posição foi divulgada pela agência estatal Xinhua, após Washington elevar as tarifas sobre produtos chineses a níveis recordes, chegando a até 145% sobre determinados itens.
Em comunicado oficial citado pela Xinhua, autoridades chinesas afirmaram que "mesmo que os EUA continuem a impor tarifas mais altas, isso deixará de fazer sentido econômico e se tornará uma piada na história da economia mundial". Para o governo chinês, a retaliação deixou de ser eficaz diante de um cenário em que não há mais espaço de mercado para os produtos americanos no país.
A decisão marca uma mudança na estratégia de Pequim, que vinha adotando medidas equivalentes às dos EUA desde o início do novo ciclo de guerra comercial desencadeado no segundo mandato do presidente norte-americano Donald Trump. Em fevereiro de 2025, ele anunciou uma tarifa base de 10% sobre todas as importações chinesas, sob o argumento de conter o fluxo de fentanil para os Estados Unidos. A tarifa foi sendo elevada até atingir os atuais 145%.
Como resposta, a China impôs tarifas de até 125% sobre produtos norte-americanos e adotou medidas adicionais, como restrições à exportação de minerais estratégicos e limitações à entrada de produtos culturais dos EUA. No entanto, segundo as autoridades ouvidas pela Xinhua, essas respostas já atingiram seu limite prático.
"O nível atual das tarifas significa que não há mais aceitação de mercado para os produtos americanos exportados para a China", disseram as autoridades chinesas. Além disso, foi confirmada uma queixa formal junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), argumentando que os EUA estão violando princípios básicos do comércio internacional.
A agência também informou que Li Chenggang foi nomeado novo negociador-chefe da China para assuntos comerciais, substituindo Wang Shouwen, em meio à reformulação da estratégia externa diante do ime com Washington.
Ainda segundo a Xinhua, a decisão de não acompanhar novas tarifas tem como objetivo preservar os interesses econômicos chineses e evitar uma escalada sem resultados práticos. A posição reforça a avaliação de que as medidas unilaterais dos EUA estão perdendo força e legitimidade, tanto do ponto de vista interno quanto internacional.
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