Caso Ternium-CSN: Itália aborda disputa judicial em encontro com Rui Costa e indica "preocupação"

247 - O governo italiano voltou a expressar suas preocupações ao Brasil sobre a disputa judicial conhecida como "Caso Ternium", envolvendo a empresa ítalo-argentina e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) na disputa pelo controle da Usiminas. A questão, que se arrasta há mais de uma década, ganhou um novo capítulo após uma surpreendente decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que favoreceu a CSN, do empresário Benjamin Steinbruch. A informação é do blog de Lauro Jardim, no O Globo.

Na última quarta-feira, dia 9, o vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, reuniu-se com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para discutir o assunto. Segundo Tajani, "o encontro durou 35 minutos, e ele novamente demonstrou espanto pela mudança de entendimento do STJ". A nova abordagem por parte do governo italiano acontece meses após Tajani ter levado o caso pela primeira vez ao conhecimento de Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil, em maio.

Durante a reunião, Tajani reiterou a insatisfação do governo italiano com a reviravolta na disputa, que segundo ele trouxe "lances inéditos" e inesperados. "Estamos perplexos com a forma como o caso foi conduzido e esperamos uma análise justa e transparente," afirmou o ministro. Ele também ressaltou que a disputa, que agora foi elevada ao Supremo Tribunal Federal (STF), deve ser acompanhada de perto pelos envolvidos.

Rui Costa comprometeu-se a estudar o caso e analisar os próximos os que o governo brasileiro poderá tomar diante da situação. "Vamos analisar a questão e dar o devido acompanhamento, respeitando sempre os trâmites legais e institucionais," disse Costa, indicando que o assunto não será tratado de maneira superficial.

A disputa bilionária entre a Ternium e a CSN pela Usiminas é marcada por diversos capítulos judiciais e interesses econômicos estratégicos para ambos os países. A reviravolta recente no STJ, que beneficiou a CSN, parece ter gerado receios na Itália, especialmente no que diz respeito à segurança jurídica e aos impactos financeiros dessa decisão. Tajani concluiu a reunião prometendo manter o acompanhamento do caso e informou que "o governo italiano seguirá atento às próximas movimentações no Brasil em torno dessa questão."