Brasil e China selam aliança estratégica por mundo multipolar e desenvolvimento sustentável
Lula e Xi Jinping anunciam nova fase da parceria bilateral com foco em multilateralismo, inovação, transição ecológica e combate à desigualdade
Lula e Xi Jinping anunciam nova fase da parceria bilateral com foco em multilateralismo, inovação, transição ecológica e combate à desigualdade
Pequim e Brasília intensificam cooperação em setores estratégicos e defendem nova governança global
247 - Durante visita de Estado à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu homólogo Xi Jinping divulgaram nesta terça-feira (13) uma extensa declaração conjunta que reafirma o compromisso entre Brasil e China com o fortalecimento da "Comunidade de Futuro Compartilhado" entre os dois países. O documento marca uma nova fase da parceria bilateral, com ênfase no desenvolvimento sustentável, no combate à desigualdade e na defesa do multilateralismo como base da ordem internacional.
Os líderes celebraram os avanços obtidos desde a visita de Xi ao Brasil, em novembro de 2024, e concordaram em dinamizar a cooperação em áreas como infraestrutura, transição energética, inteligência artificial, agricultura, saúde e comércio, além de intensificar a colaboração nos fóruns multilaterais, como ONU, BRICS, G20 e OMC.
Integração de programas nacionais e investimentos estratégicos - Lula e Xi Jinping destacaram os primeiros resultados da convergência entre a Iniciativa Cinturão e Rota e programas brasileiros como o Novo PAC, Nova Indústria Brasil e o Plano de Transformação Ecológica. Entre os setores contemplados estão ferrovias, portos, energia renovável, setor naval, inteligência artificial, biotecnologia e economia digital.
O texto aponta que os dois países continuarão “explorando oportunidades de cooperação em todas as áreas”, com o objetivo de modernizar as economias, facilitar investimentos e fortalecer cadeias de suprimento.
Reforma da governança global e apoio mútuo na ONU - No campo diplomático, os dois países reforçaram a importância de uma ordem internacional baseada na Carta das Nações Unidas e se comprometeram a atuar juntos por uma reforma no Conselho de Segurança da ONU. A China reconheceu o papel do Brasil nos assuntos internacionais e declarou apoio à aspiração brasileira de ocupar uma posição permanente no colegiado.
Ambas as nações também defenderam mudanças na arquitetura financeira internacional para ampliar o poder dos países em desenvolvimento nas instituições multilaterais.
Transição ecológica, combate à fome e inovação tecnológica - A declaração destaca a importância da cooperação em transição energética e proteção das florestas tropicais. A China confirmou presença de alto nível na COP30, que será realizada em Belém, no Pará, e manifestou apoio à iniciativa brasileira do Fundo Florestas Tropicais para Sempre.
Os dois países também reafirmaram a parceria na luta contra a fome e a pobreza, com base em experiências próprias bem-sucedidas, e concordaram em promover ações conjuntas na Aliança Global contra a Fome, lançada durante a presidência brasileira do G20.
Em tecnologia, o foco será ampliar a cooperação em semicondutores, bioeconomia, segurança alimentar e inteligência artificial. O Brasil manifestou apoio à Iniciativa Global para Governança da IA, proposta pela China, e defendeu o papel da ONU como eixo central para uma regulação internacional da tecnologia.
Oriente Médio, Palestina e Irã: alinhamento diplomático no cenário global - Brasil e China reafirmaram a defesa de uma solução de dois Estados para o conflito Israel-Palestina e expressaram apoio ao plano da Liga Árabe para reconstrução de Gaza. Também destacaram a necessidade de solução pacífica e diplomática para o dossiê nuclear iraniano, elogiando a iniciativa trilateral entre China, Rússia e Irã.
Os dois países se comprometeram a atuar contra o terrorismo e condenaram todos os atos de violência que violam o direito internacional.
Ano Cultural Brasil-China e fortalecimento dos laços sociais - A declaração confirma a realização do Ano Cultural Brasil-China em 2026, como forma de aprofundar os vínculos entre as sociedades. Ambas as partes defenderam o intercâmbio civilizacional e os valores de paz, desenvolvimento e justiça.
O Brasil reiterou seu compromisso com o princípio de "Uma Só China" e o apoio à reunificação pacífica, postura que foi calorosamente recebida por Pequim.
Avaliação e perspectivas - A segunda visita de Lula à China em menos de dois anos foi considerada um marco diplomático para os dois países. Ao fim da visita, o presidente brasileiro agradeceu a hospitalidade recebida do governo e do povo chinês, enquanto ambos os lados am uma série de atos de cooperação em áreas como cultura, educação, economia digital e saúde.
A visita consolida um eixo de colaboração estratégica que vai muito além do comércio, com impactos geopolíticos, ambientais e sociais. A expectativa é que essa aliança seja central para a construção de um mundo mais equitativo, multilateral e sustentável.
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