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      Ataque de Trump à presença de estrangeiros em Harvard privará universidade de seus melhores alunos

      Os laços de Harvard com a China não são novidade. Eles incluem centros de pesquisa, programas de intercâmbio e doações milionárias

      Manifestantes se opõem a medidas de Trump contra a Universidade de Harvard (Foto: Reuters)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – Os tradicionais laços entre a Universidade Harvard e a China, antes vistos como trunfos acadêmicos e diplomáticos, aram a ser tratados como uma ameaça pela istração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seu segundo mandato, segundo informa a Reuters.

      Na mais recente ofensiva contra o que classifica como influência do Partido Comunista Chinês (PCC) nos campi universitários norte-americanos, o governo de Trump anunciou a revogação da permissão de Harvard para receber estudantes estrangeiros, alegando que a instituição promove o antissemitismo e coordena atividades com o governo chinês. A medida afeta diretamente os estudantes chineses, que representaram cerca de 20% dos alunos estrangeiros em 2024, segundo a própria universidade.

      A decisão foi temporariamente suspensa por ordem judicial após Harvard entrar com um processo contra a medida. Em sua defesa, a universidade alegou que se trata de uma retaliação baseada em sua “visão de mundo percebida”, o que violaria a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que garante a liberdade de expressão.

       “Por muito tempo, Harvard permitiu que o Partido Comunista Chinês a explorasse”, disse um funcionário da Casa Branca à Reuters, acusando a instituição de ignorar práticas de assédio promovidas por agentes ligados a Pequim dentro do campus.

      Harvard não se manifestou publicamente de imediato. A polêmica, no entanto, expõe um conflito mais amplo entre a elite acadêmica norte-americana e a crescente postura agressiva da Casa Branca frente à China.

      Ligações complexas e pressões políticas

      Os laços de Harvard com a China não são novidade. Eles incluem centros de pesquisa, programas de intercâmbio e doações milionárias. Em 2014, a universidade recebeu US$ 350 milhões de Ronnie Chan, empresário ligado à China-United States Exchange Foundation — entidade considerada por Washington como “agente estrangeiro”, o que exige registro e transparência de atividades de lobby no país.

      Além disso, o Departamento de Segurança Interna informou que Harvard ofereceu treinamentos em saúde pública para membros do Corpo de Produção e Construção de Xinjiang (XPCC), mesmo após 2020, quando essa organização paramilitar foi sancionada por seu envolvimento em violações de direitos humanos contra uigures e outros grupos muçulmanos em Xinjiang. Apesar das sanções, os programas teriam continuado até pelo menos 2024.

      Pequim nega qualquer prática de genocídio ou repressão sistemática na região, mas tanto o governo Biden quanto o de Trump classificaram a política chinesa em Xinjiang como genocida.

      A embaixada da China em Washington reagiu às medidas, afirmando:

       “Intercâmbios educacionais e cooperação entre China e Estados Unidos são mutuamente benéficos e não devem ser estigmatizados”.

      Críticas internas e o peso do legado acadêmico

      O ex-presidente de Harvard, Larry Summers, criticou duramente a tentativa do governo Trump de bloquear o ingresso de estudantes estrangeiros, classificando-a como “o ataque mais grave à universidade até hoje”.

       “É difícil imaginar um presente estratégico maior para a China do que os Estados Unidos abrirem mão de seu papel como farol para o mundo”, afirmou Summers em entrevista ao Politico.

      Já Yaqiu Wang, pesquisadora de direitos humanos que deixou a China como estudante, também condenou a medida:

       “As preocupações com repressão transnacional e espionagem são legítimas, mas bani-los — não apenas os chineses, mas todos os estudantes estrangeiros — é incompreensível”.

      Apesar da suspensão do controverso programa "China Initiative", criado em 2018 por Trump para investigar espionagem chinesa em instituições acadêmicas, seus efeitos ainda reverberam. Um dos alvos foi Charles Lieber, ex-professor da universidade, condenado em 2021 por mentir sobre sua ligação com instituições chinesas. Em abril de 2025, ele foi nomeado professor em tempo integral em uma universidade na China.

      O novo ciclo de ataques à universidade ocorre também após a saída forçada de uma ativista estudantil de um evento em Harvard por um estudante de intercâmbio chinês, que interrompeu o discurso do embaixador Xie Feng em abril de 2024 — um episódio que acirrou o debate sobre monitoramento político promovido por estudantes ligados a Pequim.

      Investigação sobre financiamento externo

      Em abril deste ano, o Departamento de Educação dos EUA solicitou à universidade informações detalhadas sobre doações e contratos com fontes estrangeiras, após identificar falhas em declarações obrigatórias. A pressão é parte de um movimento mais amplo, liderado por parlamentares republicanos e pela Comissão Especial sobre a China da Câmara, que vê nas universidades um ponto vulnerável à influência estratégica chinesa.

      Com a nova investida do governo Trump, Harvard, símbolo do prestígio acadêmico mundial, se vê agora no centro de uma disputa que vai além da política educacional e toca o cerne das relações entre as duas maiores potências do mundo.

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