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      Após emboscada de Trump no Salão Oval, líder da África do Sul aponta corrupção do chefe da Casa Branca

      "Não tenho um avião para lhe dar", disse Ramaphosa

      Cyril Ramaphosa e Donald Trump na Casa Branca - 21/05/2025 (Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, foi alvo de uma emboscada diplomática protagonizada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante uma visita oficial à Casa Branca. Em uma cena constrangedora no Salão Oval, Trump exibiu ao visitante um vídeo repleto de desinformação e imagens sensacionalistas que, segundo ele, comprovariam a existência de um “genocídio branco” na África do Sul — alegação já desmentida por órgãos internacionais e amplamente criticada como parte de uma narrativa racista promovida por setores extremistas.

      Trump pressionou Ramaphosa diante de câmeras e assessores, tentando associar o governo sul-africano a crimes inexistentes e justificando, assim, a suspensão de ajuda americana ao país africano. Com vídeos fora de contexto, incluindo cenas do político sul-africano Julius Malema cantando uma música tradicional distorcida por grupos de extrema direita, Trump alegou que havia “muito ódio” no país e apontou supostos cemitérios clandestinos, sem saber sequer a origem das imagens que apresentava.

      Com firmeza e serenidade, Ramaphosa desmontou a encenação. Questionou Trump sobre a origem dos vídeos — o republicano itiu desconhecer. Depois, com ironia, reagiu à provocação: “Me desculpe, não tenho um avião para te dar”. A resposta veio no momento em que se soube que Trump havia aceitado um luxuoso jato de presente do Catar, avaliado em US$ 200 milhões (R$ 1,1 bilhão), a ser adaptado como novo Air Force One. De forma sutil, mas clara, o presidente sul-africano expôs um possível caso de corrupção transnacional: “Eu não tenho aviões para oferecer como presentes”, disse, em tom que muitos presentes entenderam como uma denúncia velada da promiscuidade entre Trump e regimes autoritários.

      A agressividade da abordagem trumpista foi interpretada como mais um exemplo do desprezo do atual presidente dos Estados Unidos por normas diplomáticas e da tentativa de criminalizar governos do Sul Global. A estratégia, que já havia sido usada contra o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em fevereiro, foi repetida contra Ramaphosa, mas encontrou resistência à altura.

      O pano de fundo do ataque é uma legislação sul-africana que permite a expropriação de terras em nome do interesse público — medida voltada à reparação histórica das injustiças do apartheid, que concentraram a posse de terras nas mãos da minoria branca. Embora a medida ainda não tenha sido aplicada, foi usada como pretexto por Trump para classificar a África do Sul como um país violador de direitos humanos e justificar, na ordem executiva de fevereiro, o acolhimento de “refugiados africâneres”.

      Ramaphosa respondeu com altivez: “Nossa Constituição garante e protege a santidade da posse da terra, e essa Constituição protege todos os sul-africanos no que diz respeito à propriedade da terra”. E foi além, lembrando que o próprio governo dos EUA tem o direito de expropriar propriedades para uso público.

      A chancelaria sul-africana já havia denunciado a conduta do governo Trump como uma “campanha de desinformação e propaganda”, afirmando que os Estados Unidos estavam ignorando deliberadamente o ado de opressão e desigualdade racial da África do Sul. O episódio no Salão Oval apenas confirmou esse diagnóstico e expôs, ao mundo, a tentativa de manipulação política de um presidente que enfrenta crescentes acusações de favorecimento pessoal no exercício do cargo.

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