Alta das gigantes de tecnologia reverte queda do S&P 500 em meio a temores sobre comércio e juros

247 - Um novo rali das empresas de tecnologia reverteu a queda inicial do índice S&P 500 nesta segunda-feira (2), após temores sobre indústria, comércio global e tensões geopolíticas pressionarem os mercados nas horas anteriores. A informação é da agência Bloomberg.

O avanço do S&P 500, que subiu após encerrar o melhor mês de maio em mais de três décadas, foi liderado por ações de semicondutores, com destaque para a Nvidia, cuja valorização impulsionou um ganho de quase 2% no setor. Ao mesmo tempo, os papéis de empresas de aço e alumínio dispararam após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometer dobrar as tarifas sobre esses metais.

A recuperação das bolsas, no entanto, ocorreu em meio à queda dos títulos públicos de longo prazo e ao enfraquecimento do dólar, que se aproximou dos menores níveis desde 2023. A curva dos rendimentos de Treasuries de cinco e trinta anos voltou a se achatar, atingindo patamar semelhante ao de 2021, o que indicou um aumento das incertezas entre investidores sobre a trajetória dos juros e a política fiscal norte-americana.

Apesar das expectativas em torno de possíveis indicações do Federal Reserve, o presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, não comentou sobre a perspectiva das taxas de juros em discurso nesta segunda. Analistas avaliam que a falta de sinalização alimenta a cautela dos mercados, que seguem atentos à inflação e à saúde da economia.

Na avaliação da gestora Ulrike Hoffmann-Burchardi, do UBS Global Wealth Management, “continuamos esperando volatilidade nos mercados à medida que investidores digerem novas manchetes sobre tarifas e os dados econômicos dos Estados Unidos. As preocupações fiscais persistem e as tensões geopolíticas estão em ascensão”, afirmou.

Entre os fatores geopolíticos que seguem no radar, está o ime entre Rússia e Ucrânia. As duas nações encerraram uma segunda rodada de negociações em Istambul sem progresso concreto rumo ao fim da guerra. Apesar disso, os encontros abriram espaço para um novo acordo de troca de prisioneiros.

No campo do comércio internacional, a Casa Branca informou que Trump e o presidente da China, Xi Jinping, devem conversar ainda esta semana, em mais um capítulo da disputa tarifária entre as duas potências. Segundo a Reuters, o governo norte-americano enviou uma minuta de carta aos países envolvidos nas negociações, pedindo que apresentem suas melhores propostas até quarta-feira.

Com o início de junho — mês historicamente morno para os mercados — a tendência é de menor movimentação nas bolsas. Mas a combinação de tensões comerciais, ausência de sinalizações do Fed e incertezas fiscais promete manter a instabilidade no curto prazo.