Agressão israelense causa fechamento de 22 hospitais em Gaza
Genocídio causa colapso no sistema de saúde em Gaza
247 - A agressão israelense contra a Faixa de Gaza resultou no fechamento de 22 dos 38 hospitais do território, agravando dramaticamente a crise sanitária enfrentada pela população palestina. Segundo informações divulgadas pela agência Prensa Latina, com base em dados do Ministério da Saúde de Gaza, a rede de saúde da região caminha para um colapso total após meses de bombardeios, bloqueios e destruição sistemática de infraestrutura médica.
De acordo com o relatório mais recente, apenas 30 dos 105 centros de atenção primária seguem funcionando, enquanto a taxa de ocupação dos leitos hospitalares ultraa 106%. A escassez atinge níveis alarmantes: 47% dos medicamentos essenciais e 65% dos suprimentos médicos estão em falta. “Atualmente, 50 salas de cirurgia, de um total de 104, estão operando em condições catastróficas”, alertou o ministério em comunicado oficial.
Além da destruição parcial ou total de hospitais, postos de saúde e centros cirúrgicos, 25 dos 34 postos de oxigênio foram destruídos, comprometendo o tratamento de pacientes em estado grave. A crise também afeta doentes crônicos: 41% dos pacientes com insuficiência renal morreram durante a guerra, que teve início em outubro de 2023. Outras 477 pessoas faleceram enquanto aguardavam autorização para deixar Gaza em busca de tratamento médico no exterior.
Diante do cenário desesperador, profissionais da saúde palestinos vêm se manifestando publicamente. Em entrevista à agência de notícias da Palestina, o diretor de um hospital de campanha, Dr. Jamal Al-Hamas, declarou: “Faltam quase todos os medicamentos essenciais e antibióticos. Estamos operando com os recursos mínimos, e a situação piora a cada dia devido ao fechamento das agens de fronteira”.
A denúncia é reforçada pelo porta-voz da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, Raed al-Nims, que revelou o esgotamento de diversos insumos médicos vitais. “Há escassez de oxigênio, combustível, anestesia, equipamento de esterilização e instrumentos cirúrgicos”, afirmou. Ele ainda advertiu: “Se tudo continuar como está, a situação humanitária se deteriorará ainda mais, o que poderá forçar o fechamento de algumas unidades e departamentos médicos”.
O vice-chefe do Programa de Saúde da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), Dr. Rehab Al-Quqa, também denunciou o impacto direto da política israelense sobre a saúde da população de Gaza. “Sessenta por cento de nossas reservas de medicamentos estão esgotadas”, disse ela, atribuindo a escassez à recusa de Israel em permitir a entrada de suprimentos médicos no território sitiado.
Com mais de dois milhões de habitantes, Gaza está submetida a um bloqueio severo que afeta todos os aspectos da vida civil. Organizações humanitárias e autoridades palestinas têm clamado por ações urgentes da comunidade internacional para garantir o envio de ajuda médica e pressionar por um cessar-fogo que permita ao sistema de saúde se reerguer.
Enquanto isso, os relatos vindos dos poucos centros ainda em operação indicam uma realidade de dor, colapso e impotência. Cirurgias são realizadas com equipamentos danificados, pacientes são atendidos no chão por falta de leitos e médicos trabalham exaustos diante de um fluxo contínuo de feridos e doentes. A agressão israelense, que já deixou dezenas de milhares de mortos e feridos, segue destruindo não apenas estruturas físicas, mas também a possibilidade de vida e dignidade para os civis de Gaza.
A escalada de destruição e o cerco contínuo à Faixa de Gaza levantam, mais uma vez, sérias preocupações sobre o respeito ao direito internacional humanitário, especialmente no que se refere à proteção de civis e de instalações médicas em zonas de conflito.
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