Leão Serva questiona a naturalização de extremistas como Marçal e o compara a Hitler
Jornalista critica a forma como a imprensa age diante de figuras como o ex-coach
247 – Mediador do recente debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo, transmitido pela TV Cultura e abruptamente interrompido após José Luiz Datena (PSDB) agredir Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeirada, Leão Serva trouxe à tona uma análise profunda sobre o papel da imprensa na legitimação de figuras que, ao seu ver, representam uma ameaça à democracia. Em artigo contundente, publicado na Folha de S. Paulo, Serva argumenta que a mídia, ao convidar candidatos como Marçal para debates, repete erros históricos, como o que facilitou a ascensão de Adolf Hitler ao poder.
"Com o conhecimento que temos hoje, deveríamos convidar Hitler, caso ele fosse candidato"> if (googletag && googletag.apiReady) { googletag.cmd.push(() => { googletag.display(id); }); }
A crítica mais incisiva, no entanto, recai sobre a normalização de figuras como Pablo Marçal no cenário político. Marçal, que ganhou projeção como ex-coach e influenciador digital, participou do debate mesmo sem representação política relevante, algo que, para Serva, reflete uma decisão editorial equivocada: "Se ele está lá, a responsabilidade é nossa. E, como o escorpião da fábula, ele envenena o espaço por dentro."
Serva não se exime de usar exemplos históricos para ilustrar sua preocupação. Ele relembra o caso de Adolf Hitler, que, após uma tentativa frustrada de golpe, foi solto e ou a atuar como político legítimo, pavimentando seu caminho até o poder. "A democracia deve limitar as ameaças quando surgem. Esse princípio básico, embora delicado, deve ser mantido: quem ataca a democracia precisa ser contido. E isso deve ocorrer também no microcosmo jornalístico."