window.dataLayer = window.dataLayer || []; window.dataLayer.push({ 'event': 'author_view', 'author': 'Redação Brasil 247', 'page_url': '/midia/jeff-bezos-impoe-linha-editorial-ainda-mais-neoliberal-ao-washington-post-e-provoca-crise-interna' });
TV 247 logo
      HOME > Mídia

      Jeff Bezos impõe linha editorial ainda mais neoliberal ao Washington Post e provoca crise interna

      Bilionário alega defesa das "liberdades individuais", mas decisão gera crise interna e leva à saída do editor de opinião

      Jeff Bezos (Foto: REUTERS)
      Redação Brasil 247 avatar
      Conteúdo postado por:

      247 – O bilionário Jeff Bezos, proprietário do Washington Post, determinou uma mudança na linha editorial da seção de opinião do jornal, que ará a privilegiar textos favoráveis às “liberdades individuais e ao livre mercado”, ao mesmo tempo em que restringirá publicações críticas a esses temas. A decisão, reportada pelo Valor, amplia a interferência editorial do dono da Amazon, gerou forte repercussão na redação e levou à saída do editor de Opinião, David Shipley. As informações foram divulgadas pela Associated Press e pela NPR, que também relataram um aumento expressivo no número de cancelamentos de s do jornal após a mudança.

      Em comunicado interno enviado aos funcionários nesta quarta-feira, Bezos justificou a decisão afirmando que o jornal deve oferecer uma visão mais clara sobre sua linha editorial. “Estou confiante de que mercados livres e liberdades pessoais são o caminho certo para a América”, declarou. “Acredito também que essas ideias estão subrepresentadas no mercado de opinião da imprensa.” Ele ainda afirmou que a era digital mudou a forma como os leitores am informações e que “não há mais necessidade de um jornal local monopolista que apresente todas as visões possíveis.”

      A nova diretriz editorial, no entanto, não foi bem recebida internamente. Shipley, que ocupava o cargo desde 2022, anunciou sua saída, afirmando que a decisão foi tomada “após reflexão sobre como seguir adiante na profissão que ama”. No X (antigo Twitter), Bezos comentou a saída do editor: “Ofereci a David Shipley, a quem iro muito, a oportunidade de liderar este novo capítulo. Se a resposta não fosse ‘claro que sim’, então tinha que ser ‘não’. Respeito sua decisão.”

      O diretor-executivo do jornal, Will Lewis, tentou minimizar a crise e negou alinhamento partidário. “Não estamos nos vinculando a nenhum partido político. Apenas estamos sendo claros sobre o que representamos como jornal”, declarou em nota à redação. Já Matt Murray, editor-executivo, reforçou que as mudanças afetam apenas a página de opinião e que os jornalistas seguem comprometidos com um jornalismo de impacto, independente e crítico.

      Aproximação com Trump e impactos comerciais

      A nova diretriz do Washington Post surge em um contexto de reaproximação de Bezos com o ex-presidente Donald Trump. Durante a maior parte de sua gestão à frente do jornal, o bilionário manteve distância do republicano, mas nos últimos meses sua postura mudou. No ano ado, Bezos ordenou que o jornal não endossasse nenhum candidato à presidência dos EUA, rompendo uma tradição que existia desde os anos 1980. Na época, justificou a decisão alegando que os eleitores “não confiam mais na mídia tradicional” devido à falta de imparcialidade.A mudança, anunciada a poucos dias das eleições, desagradou parte do público do jornal. Segundo fontes do Washington Post ouvidas pela NPR, cerca de 200 mil s cancelaram suas s após o posicionamento. A decisão editorial atual pode aprofundar ainda mais essa crise.

      Além disso, Bezos participou ativamente da posse de Trump, contribuindo com US$ 1 milhão para a cerimônia, onde se sentou ao lado de outros magnatas da tecnologia, como Tim Cook (Apple), Sundar Pichai (Google) e Mark Zuckerberg (Meta). Outro nome desse círculo, Elon Musk, já havia declarado apoio público ao republicano e foi nomeado para um cargo no governo, com a missão de promover cortes de gastos e reduzir o número de funcionários públicos.

      Restrição à imprensa e interferências na cobertura

      A aproximação entre Trump e empresários da mídia também ocorre em meio a novas restrições à cobertura jornalística do governo. A agência Associated Press foi banida de eventos da Casa Branca por se recusar a usar o termo “Golfo da América” no lugar de “Golfo do México”. Além disso, o governo anunciou que ará a escolher quais jornalistas poderão integrar coberturas reduzidas e viagens oficiais. No Pentágono, veículos de imprensa também perderam posições fixas e arão a atuar em sistema de rodízio, que incluirá meios mais alinhados ao governo.Com a nova postura imposta por Bezos, o Washington Post, um dos veículos mais críticos a Trump nos últimos anos e que adotou o slogan “A Democracia Morre na Escuridão” em 2017, dá uma guinada editorial que pode redefinir seu papel no cenário da mídia americana.

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].

      ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

      Rumo ao tri: Brasil 247 concorre ao Prêmio iBest 2025 e jornalistas da equipe também disputam categorias

      Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

      Cortes 247

      Relacionados