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      MST lança mobilização nacional para denunciar crimes ambientais e propor soluções contra a crise climática

      Jornadas reúnem juventude e assentados em todo o país para debater a Reforma Agrária como alternativa à destruição ambiental promovida pelo agronegócio

      MST (Foto: Manuela Hernandez/MST)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 - Em um momento estratégico para o debate climático global, com o Brasil se preparando para sediar a COP30 em Belém (PA), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciou no sábado (31) duas grandes mobilizações que articulam denúncia e proposta. As ações reúnem a 16ª Jornada Nacional da Juventude Sem Terra e a Jornada Nacional em Defesa da Natureza e Seus Povos, que acontecem em todos os estados brasileiros com o objetivo de confrontar os crimes ambientais do agronegócio e fortalecer a Reforma Agrária Popular como solução concreta para a crise climática.

      Sob o lema “Reforma Agrária Popular: pela natureza e os povos para enfrentar a crise ambiental!”, a mobilização começou com assembleias de base em áreas do MST, que debaterão os impactos da crise ambiental em cada bioma, acampamento e assentamento. Segundo Bárbara Loureiro, da coordenação do Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis, o foco é reunir diagnóstico e ação. “Vamos ter plantio de mudas, doação de mudas em todos os biomas... como temos sentido a crise ambiental; fazer essa análise de diagnóstico de quem ali são os causadores... mas também como podemos, coletivamente, nos organizar onde estamos para construir essas soluções”.

      A ofensiva do MST se desdobra em diversas frentes, tanto no campo quanto nas cidades. A chamada “Jornada de Lambes” distribui cartazes e adesivos em 11 estados, enquanto projeções de mensagens em prédios públicos de capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belém reforçarão o conteúdo político das ações. Estão programados ainda Tribunais Populares que, de forma simbólica, julgarão responsáveis por desastres como as enchentes no Rio Grande do Sul, as queimadas no Ceará e Maranhão, o desmatamento no Mato Grosso e os conflitos provocados pela mineração em Minas Gerais.

      A mobilização culmina com a 3ª Jornada da Natureza no Paraná, entre 2 e 7 de junho, onde será realizado o plantio de 21 toneladas de sementes da palmeira juçara, uma espécie ameaçada na Mata Atlântica. Para Bárbara Loureiro, o plantio se insere em um conjunto de práticas que revelam alternativas concretas ao modelo destrutivo vigente. “As vivências são um convite, uma convocação... para conhecer as áreas de Reforma Agrária, apresentar o que temos construído... como a produção agroecológica, a produção de bioinsumos, a mecanização do plantio de árvores, a cultura das nossas escolas do campo, nossas experiências de saúde popular”.

      A juventude tem papel central nessa articulação, como destaca Fernanda Farias, do Coletivo de Juventude do MST. Ela aponta os desafios organizativos, de mobilização e formação, mas também ressalta a potência do envolvimento dos jovens na defesa dos bens comuns: “Entendemos que, de forma geral, a juventude tem sido protagonista na luta em defesa dos bens comuns e da natureza... ações junto à classe trabalhadora urbana, ampliando articulações, fortalecendo o trabalho de base”.

      A agenda das Jornadas acontece num contexto marcado pela violência no campo. Em 2023, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (T), foram registrados 35 assassinatos em conflitos fundiários no país. Ao mesmo tempo, o MST busca incidir nos debates da COP30 e critica propostas como os mercados de carbono, que classifica como “falsas soluções” para os dilemas ambientais.

      Ao longo de junho, o Movimento também lançará a série digital “Registros da Terra: O MST nos biomas brasileiros”, além de promover mutirões de reflorestamento, montagem de viveiros e vivências em assentamentos. As ações, segundo Bárbara, têm um objetivo duplo: denunciar os responsáveis pela devastação ambiental e mostrar que outro modelo de desenvolvimento é possível, a partir da experiência prática dos assentados. “É nesse caminho que a Reforma Agrária Popular se apresenta: como saída, como esse lugar que enfrenta, mas também anuncia um caminho de esperança para a humanidade diante da crise ambiental e climática”.

      Para Fernanda Farias, a Jornada também é um espaço para disputar os rumos da COP30 e para afirmar os verdadeiros sujeitos da transformação. “Os causadores da crise não devem ser ouvidos, mas sim penalizados. E que os guardiões da terra – os indígenas, os camponeses – merecem espaço para apresentar as ações que, de forma concreta, ajudam a sociedade e a natureza a viverem em conjunto”.

      Ela conclui enfatizando que os efeitos da crise ambiental não são neutros. “A crise ambiental atinge todos os povos e seres humanos, especialmente a classe trabalhadora, os povos originários, os camponeses, os centros urbanos periféricos, os mais pobres, as mulheres, os sujeitos LGBTI+, os negros, e as gerações mais jovens – à juventude e as crianças. A luta pela vida da terra é uma luta pela nossa vida, por nossos corpos e territórios”.

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