Defesa da 'ecologia integral' por Papa Francisco foi pilar do Acordo de Paris
Presidência da COP 30 homenageia legado ambiental do pontífice e exalta papel da encíclica Laudato si’ na construção de uma agenda climática global
247 – A presidência brasileira da COP 30, a Conferência do Clima das Nações Unidas que será sediada em Belém (PA) em 2025, divulgou nesta segunda-feira (21) uma nota oficial em que exalta o papel desempenhado pelo papa Francisco na formulação de uma nova agenda ambiental global. A mensagem, publicada pela Agência Gov, destaca a importância da encíclica Laudato si’, lançada em 2015, pouco antes da realização da COP 21, evento no qual foi aprovado o histórico Acordo de Paris.
A nota lembra que a encíclica ambiental de Francisco, cujo subtítulo é “Sobre o cuidado da casa comum”, não apenas inaugurou um novo olhar da Igreja Católica para os temas ambientais, como também contribuiu para consolidar a noção de que justiça social e justiça ambiental são indissociáveis. “Não há duas crises separadas: uma ambiental e outra social; mas uma única e complexa crise socioambiental”, escreveu o pontífice na ocasião — uma das agens de maior impacto do documento.
Segundo a presidência da COP 30, Francisco foi “não só um exemplo de dignidade humana, respeito e acolhimento, mas um ativista climático, defensor da natureza, das florestas e dos povos indígenas e comunidades tradicionais”. Essa postura, reforça a mensagem, inspirou diretamente o consenso político e moral que possibilitou a adoção do Acordo de Paris.
A Laudato si’ propôs um conceito que rapidamente ganhou relevância no campo ambiental: a “ecologia integral”. Esse conceito busca articular a preservação do meio ambiente à superação das desigualdades sociais, reconhecendo que a degradação ambiental afeta, sobretudo, as populações mais vulneráveis. “A resposta à mudança do clima”, pontuou Francisco, “demanda abordagem integral para combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e, simultaneamente, cuidar da natureza”.
A nota também reforça que, ao alertar para os riscos da inércia diante das mudanças climáticas, o papa Francisco antecipou o que hoje é consenso científico e político: os efeitos do aquecimento global são um multiplicador de pobreza, desigualdade e sofrimento. “A mudança do clima, como bem reconhecia Francisco, é um acelerador de pobreza, desigualdade e sofrimento — e seu combate deve ser abrangente e guiado pela solidariedade”, afirmou a presidência da conferência.
A mensagem termina com um apelo à mobilização internacional, com vistas à COP 30, inspirando-se na liderança ética de Francisco. “Que os ensinamentos do Papa Francisco e sua corajosa liderança sirvam de exemplo em um momento-chave para acelerarmos a implementação do Acordo de Paris e de soluções climáticas. Seu legado nos inspirará na COP 30 e na mobilização de um mutirão global para combater a mudança do clima sem deixar ninguém para trás.”
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