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      Brasil registrou um terço dos fenômenos climáticos extremos na América do Sul em 2024, aponta ONU

      Relatório das Nações Unidas destaca o aumento de desastres naturais e recordes de calor, seca e chuvas intensas no país

      (Foto: Agência Brasil)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - Em 2024, o Brasil foi o epicentro de quase um terço dos fenômenos climáticos extremos e inéditos registrados na América do Sul. O alerta vem de um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência especializada das Nações Unidas, que destaca o país como palco de tragédias naturais inéditas no continente. O documento, publicado na quarta-feira (19), revela um cenário alarmante, com 2024 sendo o ano mais quente desde o início das medições, há 175 anos, com um aumento de 1,5 °C acima da temperatura média da era pré-industrial.

      Entre os nove eventos climáticos "sem precedentes" identificados na América do Sul, três ocorreram no Brasil: a tragédia no Rio Grande do Sul, que afetou cerca de 1,4 milhão de pessoas, a severa seca que devastou o Centro-Norte do país, e a onda de calor intensa de agosto, com recordes de temperaturas superiores a 41°C. Esses eventos ilustram a crescente preocupação da comunidade internacional com as mudanças climáticas e suas consequências para o Brasil.

      Chuva extrema no Rio Grande do Sul - A tragédia no Rio Grande do Sul, que ocorreu em maio, é um exemplo claro dos impactos devastadores das mudanças climáticas no país. O relatório da OMM explica que o fenômeno foi causado por uma grande área de baixa pressão atmosférica, que gerou condições ideais para a formação de instabilidades, agravadas pela chegada de uma frente fria. As chuvas torrenciais causaram acumulados recordes, como os 845,3 mm em Caxias do Sul, quando o esperado era apenas 131,4 mm. Os estragos na agricultura do estado foram imensos, com perdas estimadas em R$ 3,7 bilhões, segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Santa Maria e Soledade também registraram volumes significativos, com 213,6 mm e 249,4 mm, respectivamente, no auge da tragédia.

      Seca e incêndios no Centro-Norte do Brasil - Outro grande impacto do clima extremo foi a seca prolongada que afetou diversas regiões do Centro-Norte brasileiro desde abril de 2024. A OMM destaca que a seca foi mais intensa do que a registrada em 2023, e estados como Amazonas, Pará, Mato Grosso e São Paulo sofreram com a escassez de chuvas e com incêndios recordes. O Pantanal, por exemplo, enfrenta a pior seca dos últimos 70 anos, o que agrava a situação de incêndios florestais e a diminuição dos níveis dos rios na Amazônia. A combinação de clima quente, baixa umidade e vegetação seca criou condições ideais para a propagação de focos de incêndio, que devastaram grandes áreas de vegetação nativa.

      Onda de calor em agosto - Em agosto de 2024, o Brasil enfrentou uma onda de calor extrema, que gerou recordes de temperatura em várias regiões. Entre os dias 16 e 23 de agosto, diversas cidades do país registraram temperaturas superiores a 41°C. Cuiabá, no Mato Grosso, foi a cidade com a maior marca, atingindo 42,2°C, seguida por Porto Nacional, no Tocantins, com 41,1°C. Esses recordes quebraram os limites históricos para o mês e refletem o impacto direto das mudanças climáticas sobre o país.

      Apelo da ONU por ação urgente - No relatório, as Nações Unidas destacam a “necessidade urgente” de fortalecer os sistemas de alerta precoce e aumentar os investimentos em serviços climáticos, de modo a proteger vidas e meios de subsistência. A OMM também revelou dados preocupantes sobre o aumento dos deslocamentos forçados: cerca de 824,5 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas devido aos desastres naturais, marcando o maior número de novos deslocamentos em 16 anos. O levantamento também aponta mais de 1 milhão de feridos e 1,7 mil mortos em consequência dos desastres climáticos.

      Esses eventos climáticos extremos no Brasil são apenas uma parte de um quadro global cada vez mais alarmante, no qual o aquecimento global está ampliando a intensidade e a frequência dos desastres naturais. As evidências de um clima em transformação são claras, e a comunidade internacional está cada vez mais consciente de que a ação climática urgente é crucial para mitigar os efeitos mais devastadores das mudanças climáticas nos próximos anos.

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