BNDES destina R$ 45 milhões do Fundo Amazônia para reforçar combate a incêndios em Mato Grosso

247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) anunciaram nesta quinta-feira, 23, a destinação de R$ 45 milhões do Fundo Amazônia para o fortalecimento da estrutura do Corpo de Bombeiros Militar do Mato Grosso. A iniciativa faz parte de um esforço coordenado pelo MMA e executado pelo BNDES, sendo Mato Grosso o oitavo estado da Amazônia Legal a receber esse tipo de apoio. Até o momento, os investimentos totalizam R$ 405 milhões em ações de prevenção e combate a incêndios florestais, com valores não reembolsáveis.

“O Governo Federal vem reforçando a atuação no combate aos incêndios florestais e às queimadas ilegais em cooperação com os estados. São R$ 405 milhões para aparelhamento e estruturação das corporações nos estados da Amazônia Legal, como é o caso de Mato Grosso, e o Fundo Amazônia cumpre seu papel de promover a prevenção, o monitoramento e o combate ao desmatamento”, destacou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

O projeto inclui a aquisição de um helicóptero e seus órios, a capacitação de agentes públicos, a formação de brigadas e a sensibilização das comunidades locais. Essas medidas visam ampliar e melhorar os serviços prestados pelo Corpo de Bombeiros. Durante o período de estiagem, o helicóptero será operado a partir de bases aéreas temporárias estrategicamente posicionadas, o que permitirá maior agilidade no atendimento a regiões de difícil o, como o Pantanal e a Amazônia.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reforçou a importância da iniciativa em um contexto de mudanças climáticas: “Os eventos climáticos extremos têm elevado o risco de incêndios. O apoio do Governo Federal, por meio do Fundo Amazônia, é essencial para fortalecer ações integradas de prevenção e combate, protegendo nossos biomas e comunidades. Nosso compromisso é promover ações estruturantes e integradas para enfrentar os desafios das mudanças climáticas de forma efetiva”.

Investimentos e impactos no Mato Grosso

Em contrapartida, o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso vai implementar bases temporárias de pouso e decolagem, realizar campanhas educativas de prevenção junto às comunidades locais e intensificar as missões de fiscalização e combate. A ação prevê também a contratação de bombeiros temporários e a capacitação de novos brigadistas, além da criação de brigadas florestais mistas em pelo menos 10 municípios que não possuem unidades do Corpo de Bombeiros Militar do Estado.

“Esse recurso é de grande importância para nossos esforços em prol do meio ambiente. Temos investido todo ano, em média, mais de R$ 90 milhões para combate e prevenção aos incêndios e ao desmatamento ilegal. Somos um estado de dimensões continentais, então, um recurso dessa envergadura vai fazer toda a diferença”, afirmou o governador Mauro Mendes.

O papel do Fundo Amazônia

Criado em 2008 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e reativado em 2023, o Fundo Amazônia é um dos principais instrumentos de financiamento para a conservação e o uso sustentável da Amazônia Legal. Sob gestão do BNDES e coordenação do MMA, o Fundo já apoiou 119 projetos no valor total de R$ 2,99 bilhões, beneficiando 239 mil pessoas e promovendo o manejo sustentável de 75 milhões de hectares de florestas.

Entre os resultados, destacam-se a inscrição de 1,1 milhão de imóveis rurais no Cadastro Ambiental Rural (CAR), a realização de 1.896 missões de fiscalização ambiental e o fortalecimento da gestão de 74 milhões de hectares de áreas protegidas. O Fundo também apoia projetos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e do IBAMA (PrevFogo), além dos corpos de bombeiros estaduais.

Uma avaliação externa revelou que, entre 2003-2012 e 2013-2019, houve uma redução de 30,3% nos focos de calor nas áreas apoiadas pelo Fundo. Esses resultados reforçam a importância do mecanismo para mitigar impactos ambientais, como o desmatamento, e fortalecer a infraestrutura necessária para proteger o bioma amazônico e as comunidades locais.