"Plano Nova Indústria Brasil é absolutamente inovador", afirma Federação de Metalúrgicos de SP

247 - O presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM/CUT) em São Paulo, Erick Silva, concedeu entrevista ao site São Carlos Agora e detalhou o trabalho realizado ao lado do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e destacou os avanços previstos no plano de neoindustrialização.

Segundo Erick, a atuação envolveu um esforço conjunto de 13 sindicatos, abrangendo 56 municípios paulistas e representando mais de 220 mil trabalhadores. “Esse grupo é muito capaz e associado a várias outras entidades e pessoas das universidades do Estado, e também de empresas como VW e Toyota. Pudemos discutir o processo de transição energética como metalúrgicos da CUT no estado de São Paulo, onde quase metade da nossa base trabalha em montadoras ou autopeças”, ressaltou.

Uma das iniciativas fundamentais lideradas pela Federação foi o debate "Híbrido/Etanol - o motor do futuro", iniciado em 2021. O objetivo foi capacitar trabalhadores para compreenderem as transformações da indústria automotiva e explorarem as oportunidades surgidas com a transição energética. Erick destacou que o projeto envolveu diversas categorias, além de representantes da indústria sucroalcooleira, automotiva, governos e outros setores da sociedade.

Colaboração com Geraldo Alckmin

Erick Silva elogiou a expertise do vice-presidente Geraldo Alckmin no processo de construção da nova política industrial. “O vice-presidente e ministro tem grande entendimento sobre a indústria nacional, conhece as fragilidades e oportunidades. Pudemos falar sobre a transição energética e também políticas nacionais, como a produção de aço”, afirmou.

Silva destacou ainda que as propostas desenvolvidas pelo grupo foram entregues a Alckmin e a Fernando Haddad durante a campanha eleitoral de 2022. Desde então, o diálogo com o governo tem avançado, fortalecendo medidas que unem sustentabilidade, desenvolvimento industrial e geração de emprego.

Políticas inovadoras e críticas respondidas

Questionado sobre críticas ao plano industrial do governo Lula, Erick foi enfático: “O plano de neoindustrialização é absolutamente inovador. Ele contempla plenamente as oportunidades da transição energética, com o Brasil se posicionando de forma vantajosa. A ideia de compatibilizar desenvolvimento industrial com a ampliação da produtividade da agricultura familiar, por exemplo, traz condições de desenvolvimento social nunca contempladas antes.”

O novo regime automotivo, chamado MOVER, também foi citado como um dos avanços determinantes do plano. Ele substitui o ROTA 2030, retomando exigências de conteúdo nacional e promovendo a modernização da indústria.

Impactos e expectativas

Sobre os efeitos esperados, Erick Silva destacou o aumento do investimento na indústria automotiva, a retomada de fábricas e a introdução de novas plataformas para veículos eletrificados. "A base de energia limpa disponível no Brasil tem atraído investimentos na produção de hidrogênio verde, equipamentos e outras tecnologias de futuro", comentou.

Ele também apontou a importância da Embrapii como uma catalisadora para o setor industrial, comparando-a à relevância da Embrapa para a agropecuária. Contudo, enfatizou que a iniciativa privada precisa assumir um papel mais ativo no financiamento de pesquisa e tecnologia.

O plano da nova indústria se consolida como uma resposta às demandas contemporâneas por sustentabilidade e inovação, posicionando o Brasil como um ator estratégico na transição energética global.