Perspectiva melhora na indústria da construção civil e setor volta a projetar crescimento

247 - As expectativas dos empresários da construção civil voltaram a crescer, apontando para um cenário mais otimista nos próximos meses. De acordo com a Sondagem Indústria da Construção divulgada nesta terça-feira (27) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), os indicadores referentes a novos empreendimentos, contratações, nível de atividade e aquisição de insumos apresentaram avanço na agem de abril para maio.

O levantamento, realizado com 313 empresas entre os dias 5 e 14 de maio de 2025, revela que o índice de expectativa para novos empreendimentos e serviços foi o que mais cresceu no período, alcançando 52,8 pontos – uma alta de 2,8 pontos em relação a abril. A mesma pontuação foi registrada pelo índice de expectativa sobre o número de empregados, que subiu 1,6 ponto. O indicador que mede o nível de atividade avançou para 53,4 pontos (mais 1,2 ponto), enquanto a expectativa de compras de insumos e matérias-primas chegou a 52,6 pontos, com crescimento de 0,5 ponto.

Segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, uma das razões para esse aumento de otimismo é a recente reformulação do programa habitacional do governo federal. “A aprovação de novas regras para o programa Minha Casa, Minha Vida em abril, com a ampliação do financiamento habitacional para famílias com renda de até R$ 12 mil e ajustes nas outras faixas, certamente contribuiu para a melhora das perspectivas das empresas do setor”, afirmou.

Investimentos voltam ao radar - Outro dado positivo do estudo está relacionado à intenção de investimento. O índice que mede a disposição do setor para novos aportes subiu 2,5 pontos em maio, alcançando 43,5 pontos – 5,5 pontos acima da média histórica de 38 pontos. Esse movimento é interpretado como um sinal de recuperação do apetite por expansão após meses de cautela.

Apesar das boas perspectivas futuras, os indicadores que retratam o presente da atividade econômica ainda mostram fragilidade. Em abril, o índice de evolução do nível de atividade subiu marginalmente, de 47,2 para 47,3 pontos. Embora esse seja o melhor resultado em seis meses, ele permanece abaixo dos índices de abril de 2024 (48,4) e de 2023 (49,7).

No que se refere ao emprego, o setor não demonstrou alteração. O índice de evolução do número de empregados ficou estagnado em 48,1 pontos, sinalizando estabilidade e distância do patamar de 50 pontos registrado no mesmo mês do ano ado.

Já a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) manteve-se em 67% pelo sexto mês consecutivo – exatamente o mesmo nível observado em abril de 2024 e um ponto acima do registrado em abril de 2023.

Confiança ainda abaixo do ideal - O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção (ICEI) apresentou leve melhora, subindo de 47,2 para 48,5 pontos em maio, após crescer 1,3 ponto em relação ao mês anterior. Ainda assim, o indicador segue abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que indica que o sentimento predominante no setor é de pessimismo – embora menos intenso e menos disseminado do que nos meses anteriores. Já são cinco meses consecutivos com o índice abaixo desse limite.

O recuo do pessimismo é sustentado por uma percepção menos negativa sobre o momento atual e uma melhora nas expectativas para o futuro próximo. O índice de condições atuais avançou 1,2 ponto, atingindo 44 pontos. Ainda que continue refletindo insatisfação, essa elevação indica melhora na leitura do empresariado sobre o desempenho da economia nacional.

O índice de expectativas para os próximos seis meses subiu para 50,7 pontos – ultraando a linha dos 50 pela primeira vez em 2025. A elevação de 1,3 ponto em maio reforça a visão de que o setor acredita em uma possível retomada do crescimento no segundo semestre.