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      Indústria cobra ação do governo após tarifa de Trump sobre aço brasileiro

      Siderúrgicas querem retomada de cotas com os EUA e alertam para risco de importações predatórias no mercado nacional

      (Foto: China Daily/Reuters)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - O setor siderúrgico brasileiro reagiu com preocupação à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de dobrar a tarifa de importação sobre o aço, medida que entrou em vigor na quarta-feira (5). Segundo o g1, o Instituto Aço Brasil, que representa as principais usinas do país, defende que o governo brasileiro atue para reativar o acordo de cotas firmado em 2018, que permitia exportações isentas de tarifas até determinados volumes.

      “Acreditamos que seja possível repetir a negociação agora”, afirmou Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto, que também destacou a necessidade de engajamento dos ministérios das Relações Exteriores (MRE) e da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). “Ressaltamos a importância da atuação do governo brasileiro […] para reestabelecer o acordo bilateral de 2018”, diz nota divulgada pela entidade.

      Impacto direto sobre exportações brasileiras - O aumento da tarifa de importação para 50% representa uma escalada protecionista nos moldes do primeiro mandato de Trump, que já havia imposto, em 2018, um tributo de 25% sobre o aço estrangeiro. O Brasil, que exportou 9,57 milhões de toneladas de aço em 2023, viu 42% desse volume — ou 4,018 milhões de toneladas — serem destinados aos EUA, seu maior comprador de aço semiacabado. Com a nova tarifa, as exportações brasileiras para o mercado americano já registram queda entre 10% e 15%, segundo a entidade.

      Até março deste ano, o Brasil podia vender aos EUA até 3,5 milhões de toneladas de aço semiacabado e 687 mil toneladas de produtos acabados sem sofrer cobrança adicional. A extinção dessas cotas coincidiu com a reimposição das tarifas pelo governo Trump, que agora as duplicou.

      Para o Instituto Aço Brasil, há fatores que tornam viável uma nova rodada de negociações: a dependência dos EUA do aço semiacabado brasileiro para produção local; a manutenção da importação brasileira de carvão metalúrgico dos Estados Unidos; e a balança comercial favorável aos americanos.

      “Isso leva a crer que o sistema de cotas possa ser restabelecido”, afirmou Marco Polo.

      Alerta sobre risco de importações predatórias - Além do entrave com os Estados Unidos, a indústria nacional teme um efeito colateral ainda mais grave: o desvio de comércio que pode inundar o mercado brasileiro com aço de origem duvidosa, sobretudo da China. “O mercado brasileiro já está sendo inundado. Com essa medida dos EUA, o risco aumenta ainda mais”, alertou o presidente do Instituto.

      A estimativa é que o Brasil importe 5,3 milhões de toneladas de aço laminado em 2025, das quais 76,1% devem vir da China. Diante desse cenário, Marco Polo defendeu medidas urgentes de defesa comercial, como a aplicação de tarifas antidumping para barrar a entrada de aço subfaturado.

      “Precisamos proteger urgentemente nosso mercado”, disse o dirigente.

      Governo brasileiro promete intensificar diálogo - Em resposta à nova política tarifária, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), reconheceu o impacto negativo da medida, mas reafirmou a disposição do governo brasileiro em seguir o caminho diplomático.

      “Lamento, mas o caminho é incentivar o diálogo. Já criamos um grupo de trabalho com o USTR [escritório de comércio dos EUA], e vamos aprofundar isso”, declarou Alckmin durante evento realizado em Minas Gerais.

      Ele também destacou a relação de interdependência entre as economias dos dois países. “Nós somos o segundo maior comprador de carvão siderúrgico dos EUA, e eles usam nossas placas para produzir motores, carros, aviões. Não somos problema para os EUA”, argumentou.

      Alckmin informou ainda que o Brasil renovou 19 NCMs (códigos de nomenclatura comum do Mercosul para produtos) do aço e acrescentou mais quatro NCMs considerados “de fuga”, voltados à proteção contra práticas desleais de comércio.

      Medida isolada dos EUA reforça perfil protecionista - A nova tarifa imposta pelos Estados Unidos foi aplicada de forma unilateral, com a justificativa de proteger a indústria doméstica. Apenas o Reino Unido ficou de fora da taxação por manter um acordo bilateral com Washington. A decisão é interpretada por analistas como uma retomada do protecionismo adotado por Trump em seu primeiro mandato, agora intensificado durante sua gestão à frente da Casa Branca em seu segundo mandato iniciado em 2025.

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