Presidente da Academia de Marxismo da Associação Chinesa de Ciências Sociais lidera delegação de intercâmbio à América Latina
Xin Xiangyang realizou no Brasil e no Peru intensos intercâmbios acadêmicos
247 - Entre 16 e 24 de abril de 2025, uma delegação de cinco membros liderada por Xin Xiangyang, diretor da Academia de Marxismo da Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS), realizou uma visita de intercâmbio acadêmico às cidades brasileiras do Rio de Janeiro e São Paulo, além de Lima, capital do Peru. A comitiva foi composta pelos pesquisadores Liu Xukuan, Liu Zhichang e Liu Ailing, e pela pesquisadora associada Lou Yu, todos da mesma Academia.
Durante a visita, o grupo foi calorosamente recebido pelo Partido Comunista do Brasil e pelo Partido Comunista do Peru, realizando profundas discussões e diversas mesas-redondas acadêmicas com ambos os partidos, assim como com várias instituições acadêmicas e centros de estudos locais. Além disso, a delegação assinou uma carta de intenções com instituições brasileiras relevantes, estabelecendo uma base sólida para aprofundar a cooperação entre a Academia Chinesa de Ciências Sociais, instituições acadêmicas chinesas e os partidos comunistas do Brasil e do Peru, bem como com institutos acadêmicos e think tanks desses dois países.
I. Intercâmbios acadêmicos intensivos
A delegação visitou primeiramente a Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro, onde realizou um encontro com Fernanda Pimentel, diretora da Faculdade de Direito da UFF, e com Ed Fernandez Monica, professor associado da mesma instituição. Fundada em 1960, a UFF tem sua sede na cidade de Niterói. Na ocasião, a delegação discutiu com especialistas brasileiros uma série de temas relacionados à democracia política e ao Estado de direito, como a democracia popular de processo integral da China, a construção integral de um Estado socialista regido pela lei e a governança social.
Em Lima, a delegação reuniu-se com o Partido Comunista do Peru (Unidade). Participaram do encontro o secretário-geral do partido, Domingo Cabrera Toro, além dos membros do Comitê Central Marcelino Pauca, Ricardo Palotti e outros cinco representantes, assim como Oliver Barrientos, secretário do Comitê Central da Juventude Comunista Peruana. Os representantes do Partido Comunista do Peru (Unidade) expressaram suas opiniões e manifestaram gratidão ao presidente chinês Xi Jinping e ao Partido Comunista da China pela inauguração do Porto de Chancay. Por sua vez, Xin Xiangyang, chefe da delegação, apresentou informações sobre a Academia de Marxismo da Academia Chinesa de Ciências Sociais, além dos grandes êxitos alcançados pela China na nova era e os esforços do Partido Comunista da China em fortalecer a cooperação internacional para salvaguardar uma nova ordem política e econômica internacional.
Em Lima, a delegação visitou o Instituto Peruano de Políticas Públicas e realizou um encontro com especialistas locais. Fundado em 2012, o instituto é formado principalmente por acadêmicos de esquerda, com foco em pesquisas sobre políticas públicas e na prestação de assessoria e sugestões ao governo peruano e departamentos relacionados. Pelo lado peruano, participaram do encontro dez pessoas, incluindo Ricardo López Risso, diretor do instituto. Os especialistas peruanos destacaram que os resultados alcançados pelo Partido Comunista da China na istração do país, os êxitos da modernização ao estilo chinês e os grandes avanços obtidos pela China nas áreas econômica e de inovação tecnológica são experiências valiosas que o Peru deveria aprender, e que o país sempre tomou a China como bandeira, referência e modelo para seu desenvolvimento.
A delegação reuniu-se em Lima com Alberto Moreno Rojas, presidente do Partido Comunista do Peru (Pátria Vermelha), e com Arturo Ayala, membro do Birô Político e secretário de Relações Internacionais do partido. Em dezembro de 1966, Moreno visitou a China pela primeira vez, permanecendo no país por vários meses e participando de muitas atividades de intercâmbio, tendo inclusive tido a honra de encontrar-se pessoalmente com o presidente Mao Zedong. Ao mencionar o grande progresso da China socialista, Moreno expressou iração e criticou fortemente as políticas tarifárias praticadas pelos Estados Unidos. Relembrando suas diversas visitas à China, Moreno comentou com emoção: "Cada visita à China é uma nova descoberta. As transformações e conquistas chinesas são impressionantes." E acrescentou: "A velocidade com que a China alcança resultados é espantosa." Durante a conversa, Moreno ainda comentou: "O Partido Comunista da China começou com pouco mais de 50 pessoas e conseguiu realizar grandes feitos. Por que não conseguimos fazer o mesmo? As conquistas do Partido Comunista da China são nosso maior incentivo."
A delegação também encontrou-se com Meng Kexin, editor-chefe do jornal peruano "La Voz Pública" e representante no Peru da revista "China Hoje", buscando compreender melhor a vida e o trabalho dos chineses residentes no país, bem como conhecer as suas contribuições para o intercâmbio cultural entre China e Peru.
Durante essa visita, o grupo assinou ainda uma carta de intenções com a Fundação Maurício Grabois, um dos mais importantes centros de estudos ligados ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), presidido pelo vice-presidente do partido, Walter Sorrentino. A Fundação Grabois istra a Escola Nacional de Formação Política do PCdoB, a revista acadêmica "Princípios" e o Centro de Documentação e Memória do PCdoB. Walter Sorrentino afirmou depositar grandes expectativas nesse encontro, especialmente após a da carta de intenções entre as duas instituições, e solicitou que fossem transmitidos seus cumprimentos ao presidente da Academia Chinesa de Ciências Sociais, Dr. Gao Xiang.
A delegação visitou ainda a agência de notícias "Brasil 247". José Reinaldo Carvalho é editor-chefe da seção internacional da agência, tendo visitado por diversas vezes instituições acadêmicas chinesas e participado de eventos acadêmicos na China. Nos últimos anos, Carvalho publicou diversos artigos no "Brasil 247" e em outros meios de comunicação, divulgando ativamente as conquistas da China contemporânea.
II. Impressões e percepções da visita
China e Brasil são os maiores países do hemisfério Sul, respectivamente nos hemisférios Oriental e Ocidental. O Brasil é a maior economia da América Latina e mantém relações comerciais intensas com a China, oferecendo grande potencial para expansão futura dessa cooperação. No Peru, tanto a sociedade civil quanto o governo, bem como o Partido Comunista e think tanks nacionais, manifestaram grande interesse em intensificar a cooperação com a China em múltiplas áreas.
Lima é uma cidade amistosa em relação à China, possuindo aproximadamente 5 mil restaurantes chineses. Os chineses no Peru desfrutam de uma boa posição social. Enquanto a delegação caminhava para o local de um encontro agendado, um policial de Lima abordou amigavelmente os membros da delegação pedindo para tirar uma foto juntos, repetindo diversas vezes o nome do presidente Xi Jinping, deixando clara a sua iração pelo líder chinês.
China, Brasil e Peru são economias emergentes e países em desenvolvimento que apresentam grande complementaridade em recursos, estruturas industriais e estratégias de desenvolvimento. Nos últimos anos, obtiveram resultados significativos na cooperação comercial, investimentos e infraestrutura. A China tem sido o maior parceiro comercial do Peru por dez anos consecutivos, com um comércio bilateral que atingiu 39,758 bilhões de dólares em 2024. A recente conclusão e início das operações do Porto de Chancay, considerado um "novo ponto de partida do caminho inca da nova era", trouxe novas esperanças ao povo peruano e reduziu significativamente a distância das rotas comerciais entre a China e a América do Sul, possuindo significado histórico na expansão da influência econômica da América do Sul na região Ásia-Pacífico. Brasileiros e peruanos expressaram forte desejo de aprofundar a cooperação econômica e as relações comerciais com a China, esperando promover ainda mais essa parceria por meio de intercâmbios acadêmicos e comércio bilateral, facilitando e diversificando comércio e investimentos, fortalecendo a cooperação nas áreas de transporte e energia, e aprofundando iniciativas conjuntas em economia verde e inovação tecnológica.
Diante das mudanças no sistema de governança global e dos novos desafios regionais de desenvolvimento, o fortalecimento da cooperação e intercâmbio entre partidos é um mecanismo fundamental para aprofundar as relações China-América Latina, assim como uma prática concreta para impulsionar a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade. Tanto o Partido Comunista do Brasil quanto o Partido Comunista do Peru demonstraram grande interesse no pensamento do socialismo com características chinesas da nova era proposto pelo presidente Xi Jinping, elogiando amplamente as realizações da causa socialista chinesa, e manifestaram forte desejo e necessidade de intensificar os intercâmbios com o Partido Comunista da China e as instituições acadêmicas chinesas, incluindo a Academia Chinesa de Ciências Sociais. No futuro, será necessário fortalecer mecanismos de diálogo entre partidos em vários níveis, intensificar a cooperação acadêmica entre partidos e instituições relacionadas, promover a formação conjunta de jovens talentos e incentivar o surgimento de novas forças pró-China.
É preciso também continuar promovendo o intercâmbio cultural entre China, Brasil e Peru. Os três países possuem uma rica herança histórico-cultural e múltiplas expressões culturais modernas, com abundantes recursos turísticos culturais. A China é reconhecida mundialmente como uma das quatro grandes civilizações antigas, enquanto o Peru é conhecido como a "quinta grande civilização antiga". Nos últimos anos, ocorreram avanços positivos nas áreas de exposições culturais e artísticas, cooperação educacional e intercâmbio turístico entre os países. Ainda assim, há espaço significativo para aprofundar e inovar essas trocas culturais. No futuro, será necessário construir mecanismos de intercâmbio cultural em múltiplos níveis, aprofundar a cooperação educacional, inovar na cooperação artística e na preservação do patrimônio cultural, além de promover a colaboração no turismo cultural.
Texto e foto por Liu Xukuan e Liu Zhichang
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