Dependência digital na infância: pai leva 40 mordidas do filho ao tentar tirar celular
A dependência da tecnologia se intensificou com o ar dos anos e se tornou ainda mais evidente durante a pandemia
247 - Uma família vive um drama intenso após o filho de 15 anos desenvolver sinais graves de dependência digital. O adolescente, diagnosticado com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), sofre crises de abstinência quando é afastado das telas, chegando a ter episódios de agressividade. Os pais, que hoje buscam alternativas para reverter a situação, reconhecem que o problema começou na infância, quando ele ganhou o primeiro celular, aos seis anos. As informações são da TV Globo.
"Nós éramos trabalhadores do mercado financeiro, trabalhávamos muito e, com o tempo, o celular acabou sendo o caminho para deixá-lo mais tranquilo enquanto a gente fazia as coisas. O celular acabou tomando a conta e o espaço que ele tinha na vida", conta o pai.
A dependência da tecnologia se intensificou com o ar dos anos e se tornou ainda mais evidente durante a pandemia. A mãe relembra os primeiros sinais de alerta. "Nós percebemos em uma situação cotidiana, tipo: 'olha, está na hora do banho, hora do almoço'. A gente começava a levar, mas pensava: 'opa, espera aí'."
Conforme o tempo ou, as reações do filho ao afastamento do celular se tornaram mais intensas. "A hora que ele vê que não está naquele mundo, entram as crises, entra a abstinência. Uma internet que falha, ele fica estressado. Na verdade, a gente vai lidando no dia a dia com isso", explica o pai.
A família tenta estabelecer uma rotina para reduzir a dependência do adolescente. "Criei uma pasta de rotina para ele acordar, escovar os dentes, e coloquei no quadro na parede, para ele tentar seguir. Se seguiu duas vezes, foi muito", relata o pai.
Além das dificuldades emocionais, o comportamento agressivo do filho se tornou um desafio adicional. Durante as crises, ele chega a se machucar e a atacar os próprios pais. "O pior não é isso, quando chega no ápice do estresse, chega a se machucar. Quando está muito silêncio, a gente já fica preocupado. A gente entra no quarto e, às vezes, quer que a gente vá para fora porque ele quer privacidade", desabafa o pai.
As agressões já deixaram marcas físicas nos pais. "É uma marca enorme, foram mais de 40 mordidas", revela o pai, ao mostrar fotos dos ferimentos causados pelo filho.
Diante da gravidade da situação, a família busca ajuda profissional para lidar com o problema. Especialistas alertam que o vício em telas, principalmente quando associado a transtornos neurológicos, pode gerar impactos profundos no desenvolvimento e no comportamento infantil. O tratamento inclui a adoção de estratégias para redução do tempo de exposição às telas, acompanhamento psicológico e, em alguns casos, intervenção médica especializada.
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