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      Presidente da CBF omitiu imóveis em declaração à Justiça Eleitoral em 2018

      Samir Xaud, eleito sob boicote de clubes da elite, ocultou dois imóveis em campanha para deputado. CBF nega irregularidades

      Samir Xaud (Foto: CBF/Divulgação)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - Recém-eleito presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud ocultou da Justiça Eleitoral a posse de dois imóveis quando concorreu ao cargo de deputado estadual por Roraima, em 2018, segundo a Folha de S. Paulo.

      Na ocasião, Xaud declarou patrimônio de R$ 200 mil, composto exclusivamente por veículos — três carros e uma motocicleta. No entanto, registros em cartório de Boa Vista apontam que ele e sua esposa, Natália Xaud, eram proprietários de dois imóveis à época, o que não foi informado à Justiça Eleitoral, em descumprimento à legislação vigente.

      O artigo 350 do Código Eleitoral tipifica como crime a omissão ou inserção de informações falsas em documentos públicos ou particulares com fins eleitorais. A pena prevista é de até cinco anos de reclusão, além de multa.

      Procurada pela reportagem, a CBF se manifestou por meio de sua assessoria de comunicação, negando qualquer ilegalidade. A entidade apresentou certidões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, segundo ela, indicam a inexistência de pendências judiciais envolvendo o dirigente. Em nota, afirmou ainda que não há qualquer irregularidade relacionada ao cartola. Xaud, por sua vez, não respondeu aos questionamentos da reportagem.

      A eleição de Xaud ocorreu no último dia 25 de maio, em um pleito marcado pelo boicote de clubes da Série A, que contestaram a predominância das federações estaduais no processo de escolha. Aos 41 anos, o dirigente assumiu o posto deixado por Ednaldo Rodrigues, afastado no dia 15 do mesmo mês.

      Apesar de estreante no comando da CBF, Samir Xaud já havia tentado entrar na política. Em 2018, candidatou-se pelo Partido Verde (PV) ao cargo de deputado estadual, recebendo 2.069 votos. Em 2022, disputou uma vaga na Câmara dos Deputados pelo MDB e obteve 4.816 votos — número insuficiente para ser eleito, mas que o deixou como suplente. Faltaram 3.427 votos para alcançar o desempenho do último parlamentar eleito por Roraima, Pastor Diniz (União Brasil).

      Um dos imóveis não declarados em 2018 é uma casa de 583 metros quadrados, localizada no bairro Mecejana, em Boa Vista. O casal adquiriu a propriedade em outubro de 2013 por R$ 240 mil e a vendeu em setembro de 2021 por R$ 456,9 mil à empresa Garden Park Incorporações.

      O segundo imóvel omitido foi registrado apenas na declaração de bens da campanha de 2022. Nesse ano, Xaud informou patrimônio inferior ao de 2018: R$ 162 mil, dos quais R$ 132 mil se referiam ao imóvel e R$ 30 mil a um automóvel. Segundo a matrícula, o terreno de 587 metros quadrados, localizado no loteamento Parque Cauamé, bairro Paraviana, foi obtido em 2007 por permuta com Sanderson Xaud, irmão de Samir. Sanderson havia comprado o imóvel dos pais do atual presidente da CBF, José "Zeca" Gama Xaud e Ilma Xaud.

      Zeca Xaud é figura tradicional do futebol roraimense, presidindo a federação local quase ininterruptamente desde 1974. Já Ilma Xaud atuou como secretária de Educação em diferentes gestões municipais e estaduais entre 1997 e 2007.

      A ausência do imóvel na declaração de 2018 não se justifica pela data da aquisição, mas, segundo a declaração de 2022, o bem encontrava-se "judicializado".

      A Folha também revelou que os dois imóveis foram alvo de bloqueio judicial em ações trabalhistas movidas contra Samir Xaud nos anos de 2016 e 2017. Ao menos cinco processos tramitaram no período, envolvendo a loja de móveis Difratelli, da qual ele era sócio, e resultaram no pagamento de cerca de R$ 24 mil em acordos judiciais. As queixas envolviam atrasos salariais, falta de pagamento de verbas rescisórias, retenção de carteiras de trabalho e ausência de depósitos do FGTS.

      Sobre os processos, Xaud afirmou por nota: "desconhece qualquer processo trabalhista em que tenha descumprido obrigações legais ou decisões judiciais" e declarou que "sempre atuou de forma regular, tanto na esfera pública quanto privada, cumprindo integralmente seus deveres legais, fiscais e trabalhistas".

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