“Vou apoiar o candidato do Lula, o Edinho”, diz Tarso Genro
Tarso Genro afirma que o momento político exige coesão em torno de Lula e aposta na continuidade do projeto representado por Haddad
247 - Durante entrevista ao programa Boa Noite 247, o ex-ministro da Justiça e ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, manifestou apoio ao atual prefeito de Araraquara, Edinho Silva, na disputa interna pelo comando do Partido dos Trabalhadores. De acordo com Genro, a decisão tem caráter político e estratégico, fundamentada no reconhecimento da centralidade da liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no momento atual do partido e do país.
“Eu vou apoiar o candidato que é mais afinado com o Lula”, declarou Tarso. “Portanto, eu vou com o Edinho.” Segundo ele, a escolha não é uma desqualificação dos demais concorrentes, como Rui Falcão ou Valter Pomar. “Não estou entrando nestas questões. Eu disse ao presidente e disse para as pessoas que me procuraram: ‘Olha, eu vou apoiar o candidato que o presidente indicar’.”
O ex-ministro explicou que o partido precisa evitar o isolamento em relação à figura de Lula, que, em sua avaliação, continua sendo o principal articulador do governo e o centro de gravidade da esquerda brasileira. “Nós não podemos fazer um debate para isolar o partido mais do que ele já está isolado do presidente”, alertou. “O presidente formou o ministério a partir do seu gosto pessoal, da sua orientação, das suas convicções e da sua experiência, e foi respeitado pelo partido.”
Tarso também comentou sobre o modo como o PT historicamente tem atuado nessas decisões: “O partido não teve influência na formação desse ministério. E praticamente nunca teve muita influência na formação dos ministérios. Ao contrário dos partidos tradicionais, ele tem uma liderança universal, que é a liderança do Lula, e todo mundo deposita confiança nele.”
Ao abordar sua atual relação com o partido, Genro indicou que permanece filiado e comprometido com o projeto político do PT, ainda que não participe mais diretamente das instâncias de direção. “Permaneço no partido porque acredito no projeto que o partido representa e que o Lula representa. Não pretendo sair do partido”, afirmou. Sua atuação, hoje, está voltada a construir pontes com outras forças políticas: “Eu acho que é muito mais produtivo alargar os horizontes do PT para uma série de conversações, tanto à sua esquerda, com o PSOL, como à sua direita, que se faz de fora para dentro.”
Para além da disputa interna, Tarso vinculou o futuro político do PT ao desempenho da política econômica conduzida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Se o arcabouço do Haddad der certo, nós temos mais tempo de governo para o PT e para a centro-esquerda. Se der errado, será também uma decadência do partido e da nossa possibilidade eleitoral”, avaliou.
Segundo ele, Haddad tem exercido um papel estratégico na manutenção da estabilidade política e econômica. “Eu acho que o Haddad é um ministro extraordinariamente importante, competente, tem a confiança do presidente. Também temos diferenças com ele, mas quem não as tem?”, ponderou. “Ele acata as ordens do presidente, mas também negocia. Por isso, eu jamais deixei de manifestar minha simpatia pelo Edinho. Gosto muito do Rui também, acho um quadro excepcional, mas o momento é de prestigiar aquele presidente que o partido quer que lidere o próximo período.” Assista:
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