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      “Trump tem controle do Estado americano na mão, cenário atual é propício para um recrudescimento do fascismo", diz especialista

      Maria Carlotto alerta para os riscos da extrema-direita global e o impacto da volta de Trump ao poder

      (Foto: Divulgação | REUTERS/Leah Millis)
      Dafne Ashton avatar
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      247 - O programa Casa das Manas, da TV 247, trouxe um debate crucial sobre o fortalecimento da extrema-direita global e os impactos do retorno de Donald Trump ao poder. A discussão, conduzida por Dafne Ashton, contou com a participação da professora de Economia Política da Universidade Federal do ABC(UFABC), Maria Caramez Carlotto. Durante a conversa, Carlotto analisou o atual cenário político dos Estados Unidos, comparando as ações de Trump com elementos do fascismo e do nazismo, destacando a perseguição a opositores, o aparelhamento do Estado e o discurso de exclusão que pode impactar outras nações, incluindo o Brasil.

      A ascensão da extrema-direita e os paralelos com o fascismo

      Desde o primeiro mandato de Trump, analistas vêm apontando elementos fascistas em sua retórica e ações. No entanto, a nova ascensão ao poder se dá em um contexto ainda mais radical. "Agora, ele tem o controle do Estado americano na mão, diferente de 2016. Com maioria no Senado, no Congresso e domínio da Suprema Corte, o cenário atual é muito mais propício para um recrudescimento do fascismo", alertou Maria Caramez Carlotto.

      A professora destacou que um dos pilares do fascismo é a lógica do "amigo versus inimigo", que transforma adversários políticos em ameaças a serem eliminadas. Esse discurso, aliado a processos de racialização e desumanização, está na base do trumpismo e pode levar a consequências mais graves do que em seu primeiro governo. "Trump não tinha maioria popular em 2016 e enfrentava resistência no legislativo e no Judiciário. Agora, a situação é outra: ele tem poder para implementar suas ideias sem grandes obstáculos", analisou Carlotto.

      Perseguição política e militarização do Estado

      Entre as medidas que reforçam a guinada autoritária, Trump demitiu todos os procuradores que o processaram, em um claro movimento de vingança contra o funcionalismo público. Além disso, políticas de perseguição contra imigrantes já começaram a ser implementadas, incluindo deportações em massa e ameaças de enviar imigrantes detidos para a prisão de Guantánamo. "Essa é uma mudança qualitativa no cenário político americano. O que antes estava ao discurso agora se concretiza em ações de Estado", destacou Carlotto.

      Outro ponto preocupante é o aumento da violência institucional e a ampliação do controle do governo sobre setores estratégicos. Nos Estados Unidos, há um enfraquecimento das instituições que tradicionalmente impam limites ao poder presidencial. "O sistema científico e acadêmico americano, que já foi um contraponto a políticas retrógradas, está sendo desmantelado. Trump suspendeu financiamento de pesquisas, impôs censura a cientistas e abriu espaço para perseguições dentro da academia", disse Carlotto.

      Impacto global: ameaças expansionistas e reações internacionais

      A professora também destacou que o retorno de Trump representa uma ameaça ao equilíbrio geopolítico mundial. "Estamos vendo um aumento da violência no sistema internacional, com ameaças explícitas à soberania de outros países, como Groenlândia, Canal do Panamá e Golfo do México. Isso se assemelha à política expansionista do nazi-fascismo na Europa", comparou.

      Para enfrentar essa nova fase da extrema-direita global, Carlotto defendeu uma resposta articulada de estados nacionais. "Os países precisam se organizar coletivamente. Não basta mobilização social, é necessário que nações se posicionem para barrar essa ascensão autoritária. A recente reação do Brasil ao caso das deportações violentas de brasileiros foi um sinal de que o governo precisa adotar uma postura firme diante das ações de Trump", apontou.

      Brasil: qual deve ser a estratégia frente aos EUA?

      O governo brasileiro se encontra em um dilema estratégico. Lula busca manter boas relações diplomáticas com os Estados Unidos, mas não pode ignorar as ameaças vindas de Trump. "O Brasil precisa reforçar suas alianças internacionais, especialmente com a América Latina e o BRICS. O bloco, que se expandiu recentemente, pode ser uma ferramenta de contenção contra o imperialismo norte-americano", analisou Carlotto.

      Outro ponto de preocupação é a influência do trumpismo no Brasil. "A extrema-direita brasileira se espelha em Trump e pode se fortalecer. A resposta deve vir com organização popular, mobilização social e fortalecimento das instituições democráticas", defendeu a professora.

      Plataformas digitais e o avanço da extrema-direita

      Outro tema central do debate foi o uso das plataformas digitais para disseminação da ideologia de extrema-direita. "A ascensão de Trump e de líderes como Bolsonaro só foi possível graças ao uso estratégico das redes sociais. O modelo de negócios dessas big techs favorece a desinformação e o discurso de ódio", explicou Carlotto.

      A professora destacou a necessidade de uma política soberana de dados no Brasil e no mundo. "O governo precisa regulamentar o armazenamento de dados no país e fortalecer seu investimento em ciência e tecnologia. Sem isso, estaremos reféns das empresas de tecnologia norte-americanas, que estão alinhadas com o projeto imperialista", afirmou.

      O futuro da democracia em um cenário de extrema-direita

      O fortalecimento da extrema-direita no mundo impõe desafios urgentes para os movimentos progressistas. "A lógica fascista depende de mobilização de massas, e a única forma de enfrentá-la é com outra mobilização. Não basta apenas atuar dentro das instituições, é preciso disputar a sociedade, reverter a normalização do discurso autoritário e construir alternativas", disse Carlotto.

      O debate ressaltou a urgência de ações concretas para conter o avanço da extrema-direita e proteger as democracias ao redor do mundo. "Precisamos ocupar espaços de mídia alternativa para fazer frente à desinformação e garantir que a sociedade esteja preparada para os desafios que estão por vir", concluiu a professora. Assista: 

       

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