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      “Estamos assistindo ao estertor de um império em decadência”, diz João Cezar de Castro Rocha

      A ressonância de um discurso que redefine o papel dos imigrantes e das forças armadas nos Estados Unidos

      (Foto: Divulgação | REUTERS/Carlos Barria)
      Dafne Ashton avatar
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      247 - Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o professor João Cezar de Castro Rocha analisou o discurso de posse de Donald Trump para seu segundo mandato. Rocha destacou as referências históricas feitas por Trump aos atos de 1798, apontando a tentativa de reviver práticas de deportação e investigação de estrangeiros sem formalidades, em um movimento que, segundo ele, retrocede nos princípios democráticos.

      A volta ao ado como projeto político

      Para Rocha, a menção de Trump aos atos de 1798 não é aleatória. “O que ele está dizendo com todas as palavras é: esses imigrantes são inimigos, estamos em guerra e vamos usar as forças federais.” Segundo o professor, esses atos históricos permitiam o uso das forças armadas para expulsar estrangeiros considerados uma ameaça, o que, no contexto atual, reforça a ideia de Trump de decretar estado de emergência na fronteira sul. “Ao declarar o estado de emergência, ele assume poderes similares ao de um ditador no contexto do Império Romano.”

      Rocha comparou a postura de Trump com a tentativa de Jair Bolsonaro no Brasil de reverter avanços constitucionais. “No Brasil, o projeto do bolsonarismo era voltar ao ordenamento jurídico pré-1988. Trump quer voltar a 1798 nos Estados Unidos para tratar de uma questão que é central no mundo contemporâneo: a imigração.”

      O discurso como arma retórica

      Rocha também destacou os elementos estilísticos do discurso de Trump, marcados por advérbios de comparação e superlativos. “Ele insiste em dizer que a América será ‘mais rica do que nunca’, ‘mais poderosa do que jamais’. Isso reforça a ideia de decadência. O que temos agora é um Trump envelhecido, cuja retórica oscila entre bravata e tentativa de efetividade.”

      Segundo o professor, a estratégia discursiva de Trump é clara: avançar em propostas que possam modificar o ordenamento jurídico americano. “Nos primeiros 60 dias, ele lançará mão de medidas que buscam expandir seus tentáculos autocráticos na gestão burocrática do Estado.”

      Big Techs e a vitória eleitoral

      Outro ponto levantado por Rocha foi o papel das grandes empresas de tecnologia na vitória de Trump. “O apoio de Elon Musk, que controlou o X (antigo Twitter), foi decisivo. Sem esse apoio, a vitória de Trump em estados pêndulo como a Pensilvânia e Michigan seria impensável.” Ele também mencionou a influência de outras plataformas, como o Instagram e o Facebook, na amplificação de conteúdos favoráveis ao ex-presidente.

      Um projeto global de retrocesso

      Para Rocha, o discurso de Trump está alinhado com a filosofia tradicionalista que guia a extrema direita contemporânea. “É um projeto de retorno a uma ‘idade de ouro’ que nunca existiu. Essa visão cíclica da história sustenta a ideia de que, para avançar, é preciso destruir o presente.” Ele concluiu que a visão de Trump ecoa em líderes como Steve Bannon e Elon Musk, que buscam acelerar mudanças para implementar suas agendas.

      O estertor de um império

      Apesar da força do movimento trumpista, Rocha vê sinais de declínio. “Estamos assistindo ao estertor de um império em decadência. Essa tentativa de reviver o ado, como o corolário Roosevelt no início do século XX, não será sustentável diante das mudanças estruturais que o mundo enfrenta, especialmente com a ascensão econômica do Oriente.”

      Rocha finalizou destacando a importância da resistência contra retrocessos. “O que está em jogo não é apenas o futuro dos Estados Unidos, mas de toda a dinâmica global. Precisamos estar atentos para não subestimar essas estratégias.” Assista:


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