"Se as eleições fossem hoje, Lula poderia perder", diz Rui Costa Pimenta
Presidente do PCO defende a reversão completa da política neoliberal
247 – Em entrevista à TV 247, o presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, fez uma análise crítica do governo do presidente Lula e da atual conjuntura política e econômica do Brasil. "Se as eleições fossem hoje, Lula poderia perder, mas não necessariamente perderia", afirmou, destacando o descontentamento crescente em setores da sociedade diante da manutenção de políticas econômicas de orientação liberal.
Pimenta foi enfático ao apontar que "o governo não está revertendo a política liberal" e criticou a recente decisão de aumento da taxa de juros. "Foi anunciado mais um aumento na taxa de juros. A orientação da política econômica é um beco sem saída", declarou. Para ele, o crescimento econômico registrado, de aproximadamente 3%, não é sustentável. "Crescimento de 3% num país como o Brasil é um voo de galinha", comparou.
Segundo o presidente do PCO, a falta de uma política econômica mais agressiva no combate ao neoliberalismo tem colocado o governo em uma posição de fragilidade. "A oposição já está fazendo uma festa. O governo está acuado", avaliou. Ele também destacou que, no campo da economia, o presidente Lula tem adotado uma postura mais alinhada à lógica da "frente ampla" do que aos princípios históricos do Partido dos Trabalhadores (PT). "Na política econômica, Lula é mais frente ampla do que PT", pontuou.
Rui Costa Pimenta criticou duramente o impacto da dívida pública sobre o país, qualificando-a como "uma escravidão do País". Além disso, considerou "totalmente desnecessário" o recente aumento no preço do diesel, alertando para o risco de mobilizações contrárias. "Pode gerar até greve dos caminhoneiros", advertiu, acrescentando que "o acionista da Petrobras já ganha rios de dinheiro" e que tais medidas só aprofundam as desigualdades.
Para o líder do PCO, o cenário político atual é tão paradoxal que a direita pode se apropriar do discurso antineoliberal, capitalizando o descontentamento popular. "O risco é tão alto que a direita pode se apropriar do discurso contra o neoliberalismo. A contestação está nas mãos da direita", observou. Ele também relacionou o avanço da direita no Brasil e no mundo ao papel do identitarismo. "O identitarismo é o maior impulsionador da direita a nível mundial", concluiu.
As declarações de Rui Costa Pimenta revelam uma preocupação com a condução da política econômica do governo Lula e alertam para o avanço da oposição, que, segundo ele, encontra terreno fértil nas insatisfações populares alimentadas por uma agenda econômica ainda fortemente influenciada por premissas neoliberais. Confira:
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