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      “O mal não vai prevalecer”, diz teólogo Faustino Teixeira sobre novo papa

      Faustino analisa escolha de Leão XIV como novo pontífice e vê continuidade do legado de Francisco no combate à guerra, à exclusão e ao conservadorismo

      (Foto: Simone Risoluti/Vatican Media/via REUTERS | Divulgação)
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      247- Durante participação no programa Boa Noite 247, o teólogo Faustino Teixeira refletiu sobre o significado da eleição de Leão VIX como novo papa da Igreja Católica, ressaltando a importância simbólica e geopolítica do seu pontificado. A análise concentrou-se no discurso inaugural do novo pontífice, em sua relação com o legado de Francisco e no impacto potencial dentro e fora da estrutura eclesiástica.

      Segundo Faustino, a eleição surpreendeu muitos analistas, já que “a maioria dos candidatos que estavam sendo falados, nenhum deles acertou”. Ainda assim, ele disse ter se encantado com a fala inicial de Leão XIV, sobretudo pela forma como o novo papa se apresentou: “Eu senti o calor latino. [...] O espírito tem suas artimanhas para trazer mais um papa do fim do mundo”.

      O teólogo destacou que o novo papa, embora tenha cidadania norte-americana, fez grande parte de sua vida pastoral no Peru, o que carrega um simbolismo importante: “Nós temos hoje um papa peruano [...] para fazer mais uma parceria latino-americana nessa vocação da nossa luta de coragem contra as guerras, em favor da paz, em favor dos pobres, em favor dos migrantes, em defesa da vida”.

      Faustino identificou elementos centrais na escolha do nome “Leão XIV”, o que, segundo ele, remete ao Papa Leão XIII e à encíclica Rerum Novarum, que inaugurou a doutrina social da Igreja. “Quando ele escolhe Leão XIV, ele tá querendo dar continuidade às coisas novas que o Leão XIII trouxe para nós”, afirmou. Para o teólogo, o foco do novo pontificado parece ser “fazer um acordo melhor com o tempo”.

      Na visão de Faustino, o novo papa se insere em um cenário global de guerra e exclusão, e inicia seu mandato com uma mensagem clara: “Que a paz esteja convosco”. O teólogo sublinhou que essa saudação é acompanhada de um compromisso por uma “paz desarmada, uma paz desarmadora, uma paz humilde e perseverante”.

      Apesar de reconhecer a timidez de Leão XIV e sua distância dos meios de comunicação, Faustino acredita que o novo pontífice carrega uma coragem essencial, presente tanto no nome escolhido quanto nas posturas já adotadas. Ele lembrou que Leão XIV foi vítima de uma campanha difamatória no Peru por ter denunciado abusos dentro de movimentos conservadores, como o Sodalício de Vida Cristã. “Ele teve um papel fundamental de levar ao Francisco denúncias importantes contra o movimento católico de direita peruano chamado Sodalício”, explicou.

      Em sua análise, Faustino também abordou o desafio interno que Leão XIV enfrentará: “A Igreja Católica viveu uma profunda guerra civil nos últimos dez anos dentro da Igreja, de segmentos conservadores que exerceram um contraponto violento contra o Papa Francisco”. E alertou: “Ele começa o seu pontificado numa Igreja Católica marcada pela presença de muitos lobos”.

      A expectativa, segundo Faustino, é de continuidade do trabalho de Francisco, especialmente no campo da justiça social e da defesa dos marginalizados. “Ele vai dar continuidade à dinâmica pastoral de Francisco. [...] Não vai ser um papa curial. [...] O importante é o testemunho”, disse.

      Respondendo à crítica de que o novo papa não mencionou diretamente os “pobres” em seu primeiro discurso, Faustino ponderou: “Quando ele dedica um espaço de discurso em espanhol pra comunidade peruana, tá falando dos pobres”. E completou: “O bispo é chamado autenticamente para ser humilde, para estar perto das pessoas que ele serve, para caminhar com elas, para sofrer com elas”.

      Sobre o futuro do pontificado, Faustino ressaltou a esperança de que Leão XIV fortaleça a “igreja em saída” pregada por Francisco. “A beleza do Francisco foi de ter aberto as portas da igreja para a questão da terra, da interrelacionalidade, do diálogo”, afirmou, complementando que, mesmo com perfil mais discreto, o novo papa poderá impactar pela força do exemplo: “Ele vai exercer o papel fundamental que é o papel do testemunho”.

      Por fim, o teólogo enfatizou o papel estratégico de Leão XIV na estrutura de escolha de bispos durante o pontificado de Francisco, o que, segundo ele, explica parte de sua eleição surpreendente mesmo em um colégio cardinalício dominado por alas conservadoras. “Ele tinha um trânsito muito forte e um conhecimento muito preciso da vida dos bispos no mundo todo”, explicou. Para Faustino, isso pode assegurar certa estabilidade institucional à continuidade do projeto reformista da Igreja. E concluiu com otimismo: “Eu tenho muita esperança que ele não vai deixar o legado de Francisco cair por terra”. Assista: 


       

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