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      "Não há aposta na mobilização popular por parte do governo Lula", diz Breno Altman

      Jornalista critica estratégia institucional do governo, avalia queda de popularidade e destaca o papel da extrema direita nas ruas e nas redes

      (Foto: ABR | Divulgação )
      Dafne Ashton avatar
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      247 - Em entrevista ao programa Bom Dia 247, o jornalista Breno Altman fez uma avaliação crítica e detalhada sobre as dificuldades de mobilização da esquerda brasileira diante da ascensão da extrema direita, destacando a ausência de uma estratégia de mobilização popular por parte do governo Lula e de suas istrações anteriores. Ao longo da conversa, Altman apontou elementos históricos, políticos e estruturais que, em sua visão, ajudam a explicar esse cenário de desmobilização das forças progressistas no país.

      “Vivemos num país que, pelo menos nos últimos anos, a extrema direita tem maior capacidade de mobilização do que a esquerda”, afirmou Altman. Segundo ele, o enfraquecimento da esquerda nas ruas é um processo que remonta aos protestos de junho de 2013 e que se intensificou ao longo da última década. “Enquanto as organizações de esquerda se burocratizaram e se institucionalizaram, a extrema direita se territorializou, se organizou nas redes e criou estruturas próprias, muitas delas ligadas a grupos evangélicos, como os liderados por Silas Malafaia.”

      O jornalista destacou que, atualmente, as mobilizações promovidas pela esquerda não conseguem ultraar os limites da militância. “A esquerda vive num ambiente distante do povo e, quando se mobiliza, o que coloca na rua é a sua militância. Não consegue sair para além disso.” Ele também chamou atenção para o fato de que, mesmo com menor o a recursos financeiros, a esquerda já foi capaz de colocar multidões nas ruas em diferentes momentos da história recente.

      Papel dos governos petistas

      Altman foi enfático ao criticar a opção histórica do Partido dos Trabalhadores (PT) de priorizar a institucionalidade em detrimento da mobilização popular: “O Bolsonaro se empenhava mais na politização da direita e na sua mobilização do que o Lula. Há um cálculo no governo de que apostar na mobilização pode gerar tensões ináveis no Parlamento. Eu não concordo com esse cálculo.”

      Ele defende que o governo Lula deveria aprender com experiências internacionais, como a do presidente colombiano Gustavo Petro, que “aposta numa estratégia de permanente mobilização, mesmo sendo minoria no Parlamento”.

      Crise de popularidade e ausência de lideranças

      Outro fator mencionado por Altman é a queda de popularidade do governo Lula junto à sua base social. “O governo ou a ser visto com certa desconfiança por setores da sua base. Isso também afeta a capacidade de mobilização.” Além disso, o jornalista ressaltou que a bandeira das últimas manifestações, como a do “Sem Anistia”, embora importante, tem um caráter defensivo e não mobiliza as massas por melhorias concretas nas condições de vida.

      Altman também apontou a ausência de lideranças que convoquem a sociedade às ruas como um dos entraves atuais. “Não há convocação nem do governo nem de lideranças que estão fora dele. Isso prejudica ainda mais a mobilização.”

      Mobilizações emergentes e trabalhadores precarizados

      Apesar do cenário adverso, Altman identificou sinais positivos de reativação da luta sindical no país, como o aumento do número de greves em 2025. “Estamos tendo um crescimento relevante do número de greves. A economia aquecida e a queda do desemprego dão mais confiança aos trabalhadores para reivindicar.”

      Ele destacou o protagonismo emergente dos entregadores de aplicativos, que, embora desorganizados do ponto de vista sindical tradicional, têm realizado mobilizações significativas. “É uma categoria estratégica, que afeta diretamente o funcionamento da sociedade. O governo precisa retomar o projeto de regulamentação para proteger esses trabalhadores.”Assista: 

       

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