“Meu maior receio é que Lula seja derrotado por um nome da extrema-direita", diz Paulo Nogueira Batista Júnior

247 – Em entrevista à TV 247, o economista Paulo Nogueira Batista Júnior, ex-diretor executivo do FMI e conhecido por suas análises sobre a economia brasileira e internacional, expressou preocupação com o cenário político e econômico do país. Ele destacou que o maior desafio da economia brasileira atualmente é controlar a inflação sem provocar uma recessão, mas não escondeu sua principal apreensão: a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser derrotado por um candidato da extrema-direita nas próximas eleições. "O maior receio que tenho é que Lula seja derrotado por um nome da extrema-direita", afirmou.

Batista Júnior avaliou que o Brasil enfrenta um momento delicado, no qual é necessário equilibrar o controle da inflação com a manutenção do crescimento econômico. "O desafio da economia brasileira hoje é desacelerar a inflação, sem provocar uma queda abrupta da economia", disse. Para ele, a política monetária atual, com juros elevados, tem sido excessivamente restritiva e pode comprometer a recuperação econômica.

O economista defendeu que o Banco Central, sob o comando de Gabriel Galípolo, inicie imediatamente a redução da taxa básica de juros, a Selic. "Galípolo tem que começar a reduzir a taxa de juros", afirmou. Ele argumentou que os juros altos não apenas freiam o crescimento, mas também aumentam o custo da dívida pública, criando um ciclo vicioso que prejudica a economia como um todo.

Cenário político e o risco da extrema-direita

Além dos desafios econômicos, Batista Júnior expressou preocupação com o cenário político brasileiro. Ele acredita que a polarização entre Lula e Jair Bolsonaro, que marcou as últimas eleições, pode se repetir, mas com um agravante: o risco de a extrema-direita apresentar um nome alternativo que possa derrotar Lula. "O maior receio que tenho é que Lula seja derrotado por um nome da extrema-direita", repetiu, destacando que esse seria um retrocesso para o país.

O economista também criticou o papel da mídia tradicional no cenário político, acusando-a de ser dura tanto com Bolsonaro quanto com Lula. "A mídia tradicional tem sido muito dura com Bolsonaro e Lula. O objetivo é enfraquecer ambos", afirmou. Para ele, essa postura da imprensa contribui para a instabilidade política e dificulta a construção de um projeto nacional consistente.

A importância de um projeto econômico claro

Batista Júnior defendeu que o governo Lula precisa apresentar um projeto econômico claro e coerente, capaz de combater a inflação sem sacrificar o crescimento. Ele sugeriu que a redução dos juros é um o fundamental nessa direção, mas destacou que outras medidas, como investimentos em infraestrutura e estímulos à indústria, também são essenciais.

O economista também ressaltou a importância de o governo buscar o apoio da sociedade e do Congresso para implementar suas políticas. "Sem um projeto claro e um diálogo amplo, fica difícil enfrentar os desafios que temos pela frente", afirmou.

As declarações de Paulo Nogueira Batista Júnior refletem a complexidade do momento atual, no qual o Brasil precisa equilibrar desafios econômicos e políticos. Enquanto a redução dos juros é vista como uma medida urgente para estimular a economia, o cenário político permanece incerto, com o risco de uma nova polarização e o avanço da extrema-direita. Para o economista, a chave para superar esses desafios está na construção de um projeto nacional que una crescimento econômico, estabilidade política e justiça social. "O maior receio que tenho é que Lula seja derrotado por um nome da extrema-direita", concluiu, reforçando a necessidade de atenção e mobilização para evitar um retrocesso no país. Assista: