“Ida de Lula a Moscou foi o maior gesto de resistência do presidente Lula em seu terceiro mandato”, diz Lejeune Mirhan
Sociólogo afirma que presença de Lula na celebração do Dia da Vitória reafirma luta contra o fascismo e desafia o imperialismo internacional
247 - Durante participação no programa Bom Dia 247, o sociólogo e professor Lejeune Mirhan afirmou que a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Moscou, no dia 9 de maio, para participar das celebrações dos 80 anos da vitória sobre o nazismo, foi “o maior gesto de resistência do presidente Lula em seu terceiro mandato”. Para Mirhan, a presença de Lula no evento, ao lado do presidente russo Vladimir Putin e de outros líderes internacionais, representa uma clara posição contra a ascensão do fascismo e do imperialismo no cenário geopolítico atual.
“O Lula enfrentou tudo e todos para se levantar diante do fascismo e enfrentar o imperialismo”, disse Lejeune. Em sua avaliação, o gesto do presidente brasileiro foi além da diplomacia e constituiu uma afirmação simbólica e política em defesa da memória da luta contra o nazismo, num contexto em que discursos extremistas ganham força tanto na Europa quanto em outras regiões. “E neste momento em que o fascismo ascende no mundo. O nazismo cresce na Europa, está enraizado lá”, afirmou.
Ao comentar o ambiente político na Rússia, o sociólogo destacou o apoio interno ao presidente Putin. “Na Rússia, Putin tem 73% de ótimo e bom – e sua popularidade só cresce”, relatou. Segundo ele, a visita de Lula também serviu para reforçar laços com uma potência que, em sua visão, continua a desempenhar um papel central na luta contra o avanço do extremismo político. “Eu fui prestar minha homenagem ao Exército Vermelho, pela luta contra o nazismo”, relatou Lejeune.
Em sua fala, o professor também comentou o simbolismo de sua visita ao lado de cem brasileiros, em uma delegação que percorreu pontos históricos de Moscou e de São Petersburgo, antiga Leningrado. Ele relatou momentos de grande emoção ao reviver a história da resistência soviética durante o cerco de Leningrado. “Chorei várias vezes no último dia”, revelou, ao mencionar a visita à “estrada da vida”, rota vital durante o cerco nazista.
Mirhan também criticou a cobertura da imprensa brasileira, que classificou a presença de Lula como uma suposta “participação na festa de Putin”. Para ele, essa narrativa ignora o conteúdo histórico do evento. “Essa imprensa, como dizia Brizola, é traidora da pátria”, disse, acrescentando que a viagem de Lula teve uma importância geopolítica e simbólica comparável apenas aos grandes marcos da política externa brasileira.
Segundo ele, a escolha de Lula de estar presente na Rússia, apesar das pressões diplomáticas e do ambiente internacional hostil, reafirma o compromisso com um mundo multipolar e com o resgate histórico da luta antifascista. “Esse foi o maior ato de demonstração contra as forças nazistas e fascistas que crescem na Europa”, defendeu.
Lejeune ainda traçou paralelos entre os altos índices de aprovação de Putin e os que Lula alcançou ao final de seu segundo mandato, em 2010. “A popularidade do Putin hoje é o que o Lula foi em 2010”, comparou. E concluiu sua análise reforçando a importância do gesto de Lula: “Parabéns, presidente Lula, por ter entendido o significado desse dessa comemoração dos 80 anos”. Assista:
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