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      "Esse modelo de ministérios de porteira fechada é um erro", diz Breno Altman

      Para Breno Altman, governabilidade sem controle interno compromete o governo e expõe Lula a riscos políticos desnecessários

      (Foto: ABR | Divulgação)
      Dafne Ashton avatar
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      247 – Durante sua participação no programa Bom Dia da TV 247, o jornalista e analista político Breno Altman fez uma avaliação crítica sobre o atual modelo de governabilidade adotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacando as fragilidades políticas expostas pela falta de mecanismos de controle e fiscalização interna dos ministérios. As declarações foram feitas no contexto da repercussão de fraudes no INSS, reveladas pela Polícia Federal na última semana.

      Segundo Altman, “nós não estamos falando de fraudes surgidas no governo Lula, nós estamos falando de fraudes surgidas no governo Bolsonaro, a partir de uma estrutura que se criou e que deve ser inteiramente revisada”. Ele explicou que o modelo herdado permitiu a entidades privadas gerenciarem benefícios previdenciários sem a devida fiscalização, acumulando prejuízos que podem chegar a R$ 6 bilhões, conforme estimativa da Advocacia-Geral da União.

      O jornalista reconheceu que poderia haver críticas à eventual demora do governo Lula em identificar as fraudes, mas ponderou: “essas fraudes não pulavam à vista, elas tiveram que ser periciadas; houve um longo trabalho por parte da Polícia Federal nesse sentido”. Para ele, a atual crise evidencia uma falha estrutural ligada ao formato de coalizão política: "esse modelo de frente ampla com ministério de porteira fechada não dá mais, é um erro".

      Altman ressaltou que, diferentemente dos primeiros governos Lula e Dilma Rousseff, onde o Partido dos Trabalhadores (PT) mantinha forte controle interno sobre os ministérios, o governo atual cedeu aos partidos aliados a liberdade de indicar e istrar as estruturas ministeriais sem supervisão. “Mesmo quando para efeito de formar a coalizão o PT entregava o ministério para um aliado, o secretário-executivo do ministério sempre era do PT. O PT vigiava o ministério. Essa era uma norma nos primeiros governos de Lula. Essa norma não foi adotada agora”, explicou.

      Essa prática, segundo ele, deixou o governo vulnerável a crises como a atual: "o modelo de governabilidade está se mostrando muito problemático, porque finalmente quem corre o risco de pagar a conta por essa situação do ponto de vista político é o governo Lula, é o presidente da República". Altman defendeu a necessidade de mecanismos de supervisão mais rigorosos para que a responsabilidade política não recaia diretamente sobre o Palácio do Planalto a cada novo escândalo.

      Questionado sobre a permanência do ministro da Previdência, Carlos Lupi, frente às investigações, Altman foi direto: “por ter sido incapaz de agir preventivamente em relação ao caso, caberia a demissão do ministro Lupi”. No entanto, ele reconheceu o dilema político envolvido, já que a substituição poderia enfraquecer ainda mais a base parlamentar do governo, comprometendo alianças estratégicas em um cenário de maioria frágil no Congresso.

      Por fim, Breno Altman avaliou que uma mudança agora seria difícil, mas necessária para os próximos anos: “é necessário estudar um novo modelo. A essa altura do campeonato, já tão próximos às eleições de 2026, eu tenho dúvidas de que seja possível mudar o modelo. Creio que fica como uma lição para o governo Lula 4”. Assista:

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