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      “As Forças Armadas viabilizaram o governo Bolsonaro”, diz José Genoino

      Ex-presidente do PT defende reforma da política de defesa e aponta tutela militar como problema não resolvido desde a redemocratização

      (Foto: ABR)
      Dafne Ashton avatar
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      247 - Durante participação no programa Bom Dia 247, o ex-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoino, concentrou sua análise na relação entre as Forças Armadas e o governo de Jair Bolsonaro, afirmando que o envolvimento dos militares foi fundamental tanto para a ascensão quanto para a sustentação do governo anterior. “As Forças Armadas se meteram num arapuca, num desgaste”, afirmou.

      Segundo Genoino, o que ocorreu durante o período bolsonarista foi mais do que uma aproximação: tratou-se da institucionalização do apoio das Forças Armadas ao projeto de poder da extrema direita no Brasil. “A viabilização de Bolsonaro e o governo dele dependeu essencialmente das Forças Armadas”, declarou. Para ele, trata-se de uma situação inédita, que deve ser analisada à luz da necessidade de uma reforma profunda na estrutura militar do país.

      Ao abordar o julgamento dos militares envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, o ex-deputado salientou que o processo conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pode se transformar em um catalisador para um debate mais amplo. “De uma certa maneira, o fio que tá sendo puxado pelo processo do Supremo tem que ser ampliado com uma discussão sobre os elementos de uma nova política de defesa pública”, argumentou. Genoino acredita que esse é o momento de reavaliar o papel das Forças Armadas em uma democracia consolidada e propõe uma revisão da doutrina militar brasileira.

      Ele critica ainda a forma como a transição da ditadura para a democracia foi conduzida, classificando-a como um pacto que impediu mudanças estruturais. “A transição da ditadura para democracia foi um grande pacto que não resolveu essa questão”, observou, ressaltando que os governos do PT também não enfrentaram “devidamente o problema da tutela militar”.

      Genoino também destacou a urgência de se repensar o conceito de defesa nacional. “O que que é defesa nacional? Não é lei e ordem, não é inimigo interno”, disse, sugerindo que o Brasil precisa abandonar a lógica da doutrina de segurança nacional forjada durante a ditadura. “A relação com o povo tem que ser de outro tipo.”

      Para o ex-presidente do PT, o artigo 142 da Constituição Federal — frequentemente usado como base para interpretações equivocadas sobre o papel das Forças Armadas — deve ser revisto. “Hoje nós temos uma institucionalidade capenga”, avaliou, criticando também os vínculos entre a estrutura militar e a lógica de poder dominante no Congresso Nacional.

      Ao fim de sua análise, Genoino reiterou que a atual conjuntura exige uma resposta institucional que vá além da punição dos envolvidos nos atos golpistas. “O país tem que debater as consequências políticas desse processo em curso”, concluiu, enfatizando que a democracia brasileira só será plenamente consolidada quando enfrentar de maneira transparente e decisiva o papel histórico e atual das Forças Armadas. Assista: 

       

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