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      “A indústria das fake news é um câncer informativo que destrói a democracia”, diz Tardelli

      Para Roberto Tardelli, o uso coordenado de desinformação foi essencial para sustentar a tentativa de golpe e ameaça a instituições democráticas no Brasil

      (Foto: Divulgação )
      Dafne Ashton avatar
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      247 - Durante entrevista ao programa Boa Noite 247, o jurista Roberto Tardelli afirmou que a disseminação sistemática de fake news no Brasil não apenas criou o ambiente para a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, como constitui uma ameaça estrutural à democracia brasileira. Segundo ele, a atuação do Supremo Tribunal Federal ao responsabilizar integrantes do chamado "núcleo da desinformação" é um o inédito, mas ainda insuficiente diante da magnitude do problema.

      Para Tardelli, o papel das fake news na tentativa de subversão democrática é comparável à própria conspiração golpista. “A indústria das fake news, ela é uma um verdadeiro câncer informativo. Ela destrói o corpo, que é o corpo da democracia. É muito grave isso. É tão grave quanto a tentativa de abolição do estado democrático de direito”, declarou.

      O jurista destacou que essa disseminação de mentiras teve função estratégica: “Essa estrutura, qual foi? Uma verdadeira indústria de fake news, uma indústria em série de fake news, que manteve primeiro aquelas pessoas nas portas dos quartéis e disseminaram todas as desconfianças do processo eleitoral”. Para ele, essas ações foram alimentadas intencionalmente com o objetivo de minar a confiança da população nas instituições democráticas: “Nós tivemos... o único país do mundo em que a sua Suprema Corte foi posta em questionamento na sua idoneidade... por essa indústria de fake news”.

      Tardelli mencionou ainda o uso de tecnologias de manipulação da informação como parte de uma guerra híbrida, com envolvimento direto de setores militares. “Neste lote dos indiciados que foram transformados em réus, tinha um tenente-coronel que era ninguém menos do que o comandante do batalhão do Exército Brasileiro de Operações Psicológicas. Um batalhão especializado em fake news”, afirmou. Segundo ele, esse aparato de guerra cibernética foi transposto do campo militar para um contexto interno com objetivo de “destruir a democracia... contra o chamado inimigo interno”.

      Ao comentar a atuação do STF, Tardelli reconheceu sua relevância institucional, mas apontou a ausência de uma resposta política à altura. “É novamente a Suprema Corte que está atuando, mas o poder político... não está atuando como corresponderia atuar nesses dois temas que são cruciais para a sobrevivência da democracia: as fake news e o poder que têm as Forças Armadas de desestabilizar nossa democracia”.

      O jurista defendeu a necessidade urgente de regulamentação das plataformas digitais. “Enquanto não houver uma regulação das big techs, nós não vamos conseguir fazer isso. Elas precisam se vigiar, criar sistemas de proteção até do próprio usuário”, afirmou. Para ele, a atual ausência de regras adequadas torna a população completamente exposta a manipulações: “Nós estamos absolutamente expostos às fake news. Absolutamente expostos”.

      Ele ainda ilustrou o poder destrutivo dessas campanhas de desinformação ao lembrar episódios recentes, como o boato envolvendo o Pix dos aposentados. “Se o governo demorasse uma semana mais para reagir, a extrema-direita punha fogo no circo. Em dois dias eles colocam o clima do golpe de Estado na rua”, alertou.

      Por fim, Tardelli advertiu que o impacto desse sistema coordenado de mentiras ainda está longe de ser plenamente compreendido: “Essa história ainda não está inteiramente contada. Falta pedaço nessa história ainda... Mas foi, faltou muito pouco. E esse pessoal que trabalhou nessa central de fake news teve uma participação fundamental. Eles deram a sopa, deram o alimento. Não fosse por eles, não haveria de jeito nenhum a mobilização”. Assista: 

       

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