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      "A escola pública está em risco", alertam professoras em entrevista ao Boa Noite 247

      Claudia Schiedeck e Silvana Souza discutem os desafios da educação brasileira e a importância de lutar por uma escola pública de qualidade

      (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
      Dafne Ashton avatar
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      247 - Em entrevista ao Boa Noite 247 as professoras Claudia Schiedeck e Silvana Souza debateram os principais desafios enfrentados pela educação pública no Brasil. Durante a conversa, elas destacaram como políticas recentes têm colocado em risco a qualidade do ensino e enfatizaram a necessidade de resistir às investidas de privatização e militarização das escolas. "A escola pública está em risco", afirmou Silvana Souza, chamando atenção para um cenário preocupante.

      Claudia Schiedeck, ex-reitora do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, iniciou sua fala refletindo sobre os avanços conquistados durante os governos Lula e Dilma. Ela destacou que os institutos federais representaram uma alternativa inovadora para a educação profissional e técnica. "Os resultados dos institutos federais são excepcionais porque formamos alunos que sabem o que é um projeto, um objetivo e a metodologia científica", explicou. No entanto, ela alertou que esses modelos estão sendo ameaçados por pressões externas. "Agora, estados e municípios começaram a discutir a privatização através da educação profissional, em vez de construir seus próprios modelos baseados em perspectivas mais abrangentes", criticou.

      Silvana Souza, professora do programa de Pós-graduação em Sociedade, Cultura e Fronteiras da Universidade Estadual do Paraná, trouxe à tona a questão da militarização das escolas e seu impacto na formação dos estudantes. "A direita entende perfeitamente que tipo de ser humano quer formar ao ensinar determinados conteúdos", disse. Ela criticou a ideia de neutralidade nos currículos escolares, afirmando que disciplinas como português, matemática e história não são neutras. "Quando se ensina sem crítica e sem discussão política, estamos gerando gerações de fascistas", alertou.

      As professoras também comentaram sobre o uso de indicadores como o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) para medir a qualidade do ensino. Silvana criticou a centralidade desses índices, argumentando que eles não refletem a verdadeira qualidade da educação. "O Ideb virou política de Estado, mas ele não mede o que realmente importa: o pensamento crítico, a ciência, a cultura e a política", disse. Claudia complementou, apontando que a pressão por resultados nessas avaliações leva escolas a priorizar treinamento para provas em vez de promover uma aprendizagem significativa.

      Outro ponto abordado foi o retrocesso na formação de professores e o chamado "apagão" de educadores. Claudia ressaltou que a falta de investimento na formação docente compromete o futuro da educação. "Se a gente não forma professores com qualidade, mestrado, doutorado, a gente compromete toda uma geração", afirmou. Silvana acrescentou que o discurso de que a inteligência artificial pode substituir professores é alarmante. "Transformar o professor em um robô é algo muito possível, e isso é assustador", disse.

      Ao final da entrevista, ambas reforçaram a necessidade de resistência e mobilização em defesa da escola pública. "Precisamos garantir que a educação seja um espaço de formação crítica e cidadã, e não apenas de treinamento para provas", concluiu Claudia. Silvana complementou: "É fundamental que a esquerda saia da retranca e comece a jogar esse jogo, porque até agora só a direita tem jogado, e muito bem".

      A entrevista serviu como um alerta sobre os riscos que rondam a educação pública brasileira e reforçou a urgência de lutar por uma escola que forme cidadãos conscientes e críticos. Assista:


       

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