window.dataLayer = window.dataLayer || []; window.dataLayer.push({ 'event': 'author_view', 'author': 'Dafne Ashton', 'page_url': '/entrevistas/a-capacidade-militar-da-europa-de-sustentar-a-guerra-contra-a-russia-esta-proxima-de-zero-diz-altman' });
TV 247 logo
      HOME > Entrevistas

      “A capacidade militar da Europa de sustentar a guerra contra a Rússia está próxima de zero", diz Altman

      Breno Altman aponta o colapso do sistema imperialista e a crise europeia diante da nova postura dos Estados Unidos

      (Foto: Brasil247 | Reuters)
      Dafne Ashton avatar
      Conteúdo postado por:

      247 – Durante participação no programa Bom Dia 247, o jornalista e analista político Breno Altman afirmou que a Europa enfrenta uma crise sem precedentes, resultado direto das mudanças na estratégia global dos Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump. Para Altman, Washington está deixando para trás o modelo de imperialismo coletivo que consolidou após a Segunda Guerra Mundial e migrando para um “nacional imperialismo norte-americano”, que prioriza exclusivamente os interesses dos EUA.

      Segundo Altman, essa mudança significa que os Estados Unidos estão deixando de sustentar o sistema imperialista que garantiu a estabilidade da Europa Ocidental no pós-guerra, forçando os países europeus a enfrentarem sozinhos suas crises econômicas e militares. "O que está acontecendo é uma cisão no sistema imperialista que deve ser aplaudida por todos nós. Os Estados Unidos não querem mais saber do sistema imperialista, querem remontar o nacional imperialismo pré-1945", declarou.

      O analista explicou que o imperialismo sempre foi um fenômeno econômico essencialmente ligado à expansão do capital para além das fronteiras nacionais. Desde o final do século XIX, grandes potências capitalistas aram a exportar capital e mercadorias, necessitando da diplomacia e do poder militar dos seus Estados para garantir esses interesses. "O imperialismo existe desde o século XIX. Quando os países capitalistas avançados precisavam expandir seus capitais, recorreram ao apoio de seus Estados nacionais para intervir em outras regiões. Esse sistema evoluiu até a Segunda Guerra Mundial, quando os Estados Unidos emergiram como superpotência e estruturaram um sistema imperialista que centralizou os Estados europeus", analisou Altman.

      Com a ascensão de Trump, segundo Altman, os Estados Unidos aram a reavaliar sua participação nesse modelo e decidiram que não vale mais a pena sustentar a Europa, financiar sua defesa e conceder espaço econômico às burguesias europeia e japonesa. "Trump chegou à conclusão de que não vale mais a pena sustentar o sistema imperialista. Ele considera que os Estados Unidos estão colocando dinheiro sem receber nada em troca, sustentando os vagabundos da Europa", afirmou Altman.

      O jornalista comparou a atual situação europeia à de filhos adultos que ainda vivem sob o teto dos pais sem conseguir se sustentar. "Os Estados Unidos é aquele pai que um dia acorda, olha para aqueles filhos adultos que ainda moram em casa, recebem mesada e são incapazes de se sustentar. Ele olha e diz: acabou a farra, tratem de ganhar a própria vida. Isso é o que Trump fez com a Europa", comparou.

      A crise entre Estados Unidos e Europa se manifesta claramente na guerra da Ucrânia. Altman destacou que Trump quer encerrar o conflito, livrando os Estados Unidos do custo da guerra, e redirecionar sua estratégia para a China. "Trump quer, em primeiro lugar, se livrar dos custos da guerra da Ucrânia. Ele considera que isto é um mau negócio para os Estados Unidos, e que o país precisa concentrar todas as suas forças numa estratégia anti-China. Para isso, é necessário neutralizar a Rússia", explicou.

      Diante desse cenário, a Europa se encontra desorganizada, tentando buscar soluções próprias para a guerra, mas sem os Estados Unidos como principal fiador. "A Europa está estrebuchando. A capacidade militar da Europa de sustentar a guerra contra a Rússia está próxima de zero", afirmou Altman, acrescentando que as recentes reuniões de lideranças europeias para buscar alternativas para o conflito são "reuniões de tontos", sem qualquer valor estratégico real.

      A tentativa de formação de uma "coalizão dos dispostos" liderada pelo primeiro-ministro britânico Keir Starmer, com o objetivo de manter a Ucrânia armada e sustentada pelo Ocidente, foi ironizada pelo ex-presidente norte-americano. "Trump perguntou ao primeiro-ministro britânico: 'Vocês vão fazer isso"> if (googletag && googletag.apiReady) { googletag.cmd.push(() => { googletag.display(id); }); }

      O analista também abordou a influência da China no novo tabuleiro geopolítico, argumentando que o país asiático se fortalece enquanto a Europa e os Estados Unidos enfrentam dificuldades. "Quem está com dificuldades não é a China, são os Estados Unidos e a Europa. A China segue se desenvolvendo, ganhando força econômica, fortalecendo suas alianças com a Rússia e expandindo a Nova Rota da Seda", concluiu.

      O cenário descrito por Altman revela um momento de profunda transformação no xadrez geopolítico, com a Europa fragilizada, os Estados Unidos redefinindo suas prioridades e a China consolidando sua posição como potência global. O desenrolar dessa nova dinâmica global poderá ter consequências diretas na formação de novos blocos econômicos e alianças militares nos próximos anos. Assista: 

       

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].

      ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

      Rumo ao tri: Brasil 247 concorre ao Prêmio iBest 2025 e jornalistas da equipe também disputam categorias

      Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

      Cortes 247

      Relacionados