Startup Amazon Cure transforma bioativos da floresta em produtos farmacêuticos e cosméticos
Com apoio do Sebrae, empresa do Amapá leva inovação da Amazônia ao mercado, gera renda local e aposta em tecnologia e sustentabilidade
247 - A startup Amazon Cure é um exemplo vivo do potencial da bioeconomia brasileira. Fundada a partir da união entre a pesquisa científica e a visão empreendedora, a empresa ganhou destaque durante o Inova Amazônia Summit. A iniciativa, apoiada pelo Sebrae, vem revelando negócios que aliam inovação, sustentabilidade e geração de renda a partir dos recursos naturais da floresta. A informação é da Agência Sebrae de Notícias.
A história da Amazon Cure começou com o professor José Carlos Tavares, da Universidade Federal do Amapá (Unifap), que há mais de 30 anos pesquisa bioativos da floresta amazônica com foco em aplicações farmacêuticas. Reconhecido internacionalmente — está entre os 2% de pesquisadores mais produtivos do mundo, segundo o Top Researcher List —, Tavares encontrou no empresário Frank Portela o parceiro ideal para tirar seus estudos do laboratório e levá-los ao mercado. “A maior colaboração de um cientista à sociedade é contribuir com respostas às dores das pessoas e ver pessoas empregadas em seus locais de origem”, afirmou Tavares.
A startup deu um o importante em 2024, ao captar recursos para iniciar sua escala comercial. “Lançamos, em setembro de 2024, duas linhas para começar a escala comercial dos produtos”, comemorou Portela, CEO da Amazon Cure. O portfólio da empresa inclui itens farmacêuticos e cosméticos, como um produto para o tratamento de úlceras complexas e feridas diabéticas, e a linha Oh Men, voltada à saúde sexual masculina, com foco em retardar a ejaculação precoce — todos desenvolvidos com tecnologia de ponta e bioativos da Amazônia.
Além do potencial inovador, a Amazon Cure tem um modelo de negócios que valoriza a cadeia produtiva regional e gera impacto positivo nas comunidades locais. Por meio de um projeto de bioeconomia do Sebrae no Baixo Amazonas, a empresa estabeleceu uma parceria com o Museu de Ciência da Amazônia (MuCA), em Belterra (PA), onde desenvolve novos produtos com insumos abundantes da Floresta Nacional do Tapajós.
“Lá, estamos desenvolvendo a linha Terra Preta de biocosméticos com nanotecnologia, aproveitando a polpa do camumu e da andiroba. Além disso, com o serpentário do MuCA, estaremos desenvolvendo a linha Snake Tox, que é uma tecnologia em substituição ao Botox. É uma linha tópica em que você vai ar esse sérum e esses cremes e as rugas, de forma quase mágica, através de muita tecnologia, vão sumir”, explicou Portela com entusiasmo.
O trabalho da Amazon Cure atraiu olhares de lideranças nacionais. Em 22 de maio, a sede da empresa e da Yara Couros, também no Amapá, recebeu cerca de 70 convidados — entre eles, empresários, políticos e representantes do Sebrae. Uma das visitantes foi Ingrid Barth, presidente do Startup20, que destacou a potência da inovação no Norte do Brasil. “As pessoas estão fazendo muito com muito pouco. Foi muito impactante para mim mostrar o Brasil para os brasileiros e deixar as pessoas apaixonadas pelo nosso país”, disse.
Barth também fez um apelo para que os brasileiros valorizem mais o próprio território. “Ninguém vai investir num lugar em que as próprias pessoas falam mal. Por isso, a gente não consegue gerar o nível de prosperidade que podemos gerar”, alertou.
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