Janja visita artesãs no Vale do Jequitinhonha e defende protagonismo feminino no empreendedorismo

247 - A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, visitou nesta quarta-feira (28) o ateliê de cerâmica do distrito de Campo Buriti, no município de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha (MG). Acompanhada de uma comitiva que reuniu representantes do governo federal, como as ministras Margareth Menezes (Cultura), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos), além do presidente do Sebrae, Décio Lima, Janja destacou a importância das mulheres nos espaços de decisão e no fortalecimento da economia criativa. A informação é da Agência Sebrae de Notícias.

“Obrigada por vocês nos receberem e nos acolherem com muito amor e com muito carinho. A gente sentiu esse amor em cada peça de vocês. Como o Décio falou muito bem, são as mãos que fazem. Saio daqui com o meu coração muito aquecido”, disse Janja, emocionada com a recepção das artesãs do Jequitinhonha, que mantêm viva uma das tradições mais simbólicas do artesanato mineiro.

Durante o encontro, a primeira-dama reforçou o papel do empreendedorismo feminino como motor de desenvolvimento social. Ela ressaltou a importância do apoio institucional de entidades como o Sebrae e a ApexBrasil para a capacitação, exportação e valorização do trabalho das artesãs brasileiras. “É essencial que as mulheres estejam em lugares de decisão, inclusive nas associações. Isso transforma vidas e fortalece comunidades inteiras”, afirmou.

A força das mãos que moldam a cultura

O presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, também participou da visita e reafirmou o compromisso da instituição com os pequenos negócios, especialmente os liderados por mulheres. “Estamos aqui, em nome do presidente Lula, para melhorar e qualificar ainda mais esta produção fantástica, apaixonante e cultural que produz renda nesta região tão linda do país”, declarou.

Décio destacou ainda os avanços do empreendedorismo no Brasil. “No ano ado, foram criadas 4 milhões de micro e pequenas empresas no país, a grande maioria comandada por mulheres”, lembrou. Segundo ele, apoiar essas iniciativas é fundamental para a inclusão produtiva e o desenvolvimento de territórios historicamente marginalizados.

Tradição que atravessa gerações

Reconhecido como patrimônio imaterial de Minas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA-MG), o artesanato em barro do Vale do Jequitinhonha é marcado pela transmissão de saberes entre gerações. A ceramista Adriana Xavier é um exemplo dessa tradição viva. “Eu nasci no meio do artesanato feito pela minha bisavó, minha vó e minha mãe. Para mim, é tudo na minha vida. Esse ofício é um diploma que a minha família pode me dar”, afirmou.

Adriana integra a Associação dos Artesãos de Coqueiros de Campo, que reúne 46 associados e integra o Conselho das Artesãs do Vale do Jequitinhonha (CAVJ), responsável pela articulação regional do setor. Em 2021, com apoio do Sebrae Minas, o CAVJ criou a primeira marca-território voltada para o artesanato em Minas, abrangendo os municípios de Turmalina, Minas Novas e Ponto dos Volantes.

A visita ao ateliê de cerâmica fez parte de uma agenda mais ampla da comitiva em Turmalina, que incluiu também uma roda de conversa com artesãs, almoço na sede da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e uma visita ao ateliê de tecelagem do município. A programação foi encerrada na Igreja de Nossa Senhora da Piedade, padroeira da cidade.