Jair Ribeiro aposta em educação e cultura para enfrentar desigualdade no Brasil
Fundador da Casa do Saber defende o democrático ao conhecimento e políticas públicas para jovens empreendedores
Beatriz Bevilaqua, 247 - O empreendedor Jair Ribeiro Neto trocou o agitado mercado financeiro pelo universo da educação e da cultura. Em entrevista ao “Empreender Brasil”, ele relembra sua trajetória e conta como nasceu a Casa do Saber - hoje uma plataforma digital com mais de 300 cursos em filosofia, psicologia, literatura, artes e ciências humanas.
“Sou um brasileiro inconformado com a desigualdade”, resume Ribeiro, que também preside a Associação Parceiros da Educação, é membro do Conselho Estadual de Educação de São Paulo e conselheiro de organizações como Todos pela Educação e Instituto Superação.
A ideia da Casa do Saber surgiu de forma quase orgânica: durante um período sabático, Jair começou a convidar amigos e professores universitários para encontros em sua casa, em São Paulo. O boca a boca fez crescer a procura e logo o que era uma reunião informal virou um centro de estudos disputado. “Percebi que havia uma demanda enorme por conhecimento com rigor acadêmico, mas de forma ível”, conta.
Fundada oficialmente há 21 anos, a Casa do Saber começou como um espaço físico, com salas de aula para pequenos grupos. Com a pandemia, veio o desafio e a oportunidade de digitalizar a experiência. “Fechamos a sede e nos tornamos uma plataforma. Foram três anos desenvolvendo o produto digital, hoje com excelente usabilidade e lançando de um a dois cursos por semana”, explica.
Segundo Ribeiro, 60% do público da plataforma é feminino e todos os cursos são pensados a partir de dados de consumo e sugestões dos próprios usuários. “Trabalhamos com curadoria séria, ouvindo nossa comunidade e pensando o que pode enriquecer culturalmente nossos alunos.”
Educação e empreendedorismo
Ao longo da entrevista, Ribeiro reflete sobre o que forma um empreendedor bem-sucedido. Para ele, a paixão e a resiliência são mais decisivas do que o capital inicial ou formação. “Todo mundo vai cair. A diferença está na capacidade de superar os tombos. E isso só é possível quando se tem um propósito”, afirma.
Ribeiro destacou a importância das políticas públicas que promovam o empreendedorismo nas escolas. “Hoje o currículo do Estado já contempla o ensino de empreendedorismo, e isso é vital para que jovens possam criar seus próprios caminhos com alguma orientação inicial”, defende.
Atuando tanto no setor privado quanto em conselhos ligados à educação pública, ele acredita que a tecnologia pode ser decisiva para transformar a sala de aula, especialmente ao lidar com a disparidade de níveis entre estudantes. “A inteligência artificial pode permitir um ensino mais customizado. É o futuro, e precisamos estar preparados para isso”, diz.
Por outro lado, ele reconhece os riscos do excesso de telas e o impacto das redes sociais na capacidade de concentração dos adolescentes. “Temos que debater o uso responsável da tecnologia. A saúde mental está sendo comprometida. Em países como a Austrália, menores de 16 anos já têm o às mídias sociais. O Brasil precisa avançar nessa discussão.”
Para Ribeiro, a cultura é um patrimônio que deve ser partilhado. “A Casa do Saber existe para que mais pessoas possam ar o legado da cultura ocidental. Todos temos a obrigação de conhecer essa riqueza que a humanidade produziu.”
Assista a conversa na íntegra aqui:
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