Golpistas aplicam o ‘golpe da selfie’ e prejudicam empreendedores e a população

247 - Um novo esquema criminoso, batizado de “golpe da selfie”, tem causado prejuízos financeiros significativos à população, sobretudo a idosos e empreendedores. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) identificou a fraude e alerta para os riscos envolvidos. No golpe, criminosos obtêm dados pessoais das vítimas e entram em contato oferecendo benefícios inexistentes, como cestas básicas ou bônus previdenciários. Para validar a “oferta”, pedem que a pessoa tire uma selfie, momento em que utilizam o dispositivo da vítima para autenticar transações bancárias de forma fraudulenta.

“Jamais aceite o pedido de desconhecidos para tirar selfies ou realizar qualquer tipo de autenticação”, reforça a Febraban. O esquema usa artifícios sofisticados, como a manipulação de telas, para que a vítima não perceba que está sendo conduzida a um ambiente bancário.

Empreendedores no alvo

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) destaca que os donos de pequenos negócios, em especial microempreendedores individuais (MEI), estão entre os principais alvos de golpistas, especialmente no período de festas de fim e início de ano. Fraudes como boletos falsos, cobranças indevidas e propostas enganosas são comuns nesse contexto.

“Conhecer as fraudes mais recorrentes e saber como se proteger são ações fundamentais para empreender com segurança”, alerta o Sebrae. Em casos de dúvida, a recomendação é buscar orientação diretamente nos canais oficiais da instituição ou do governo federal.

Golpes mais frequentes contra MEIs

O Sebrae listou as principais modalidades de fraudes que atingem os microempreendedores:

1.  Sites falsos para abertura de MEI: A formalização é gratuita e realizada exclusivamente no portal Gov.br. Golpistas criam sites falsos, imitam a identidade visual do governo e cobram taxas exorbitantes.
2.  Boletos de cobranças indevidas: Cobranças falsas, especialmente para registro de domínio ou pagamento da DAS-MEI, chegam com logotipos oficiais para enganar as vítimas.
3.  E-mails solicitando retificação: Fraudadores enviam mensagens pedindo correções na Declaração Anual do Simples Nacional ou informando pendências, incluindo links maliciosos para roubo de dados.
4.  Cobranças de taxas associativas: Golpistas alegam que o MEI deve pagar uma suposta taxa anual para associações. Porém, tal pagamento não é obrigatório, exceto quando o empreendedor se associa voluntariamente.
5.  Propostas fraudulentas de empréstimos: Ofertas falsas de crédito, especialmente via WhatsApp ou redes sociais, têm atraído vítimas. É essencial verificar a procedência das instituições financeiras e preferir negociar diretamente com empresas consolidadas.

Como se proteger

O Sebrae e a Febraban reforçam que órgãos oficiais, como a Receita Federal, não enviam e-mails ou mensagens solicitando pagamentos ou dados pessoais. Toda comunicação é feita exclusivamente pelo e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte).

Ao ar sites, verifique sempre a presença do símbolo de cadeado antes do endereço eletrônico. Evite clicar em links suspeitos ou fornecer dados em plataformas não verificadas. No caso de MEIs, o portal oficial para serviços é o Portal do Empreendedor – Empresas e Negócios, com terminação “gov.br”.

O aumento nas fraudes digitais exige atenção redobrada, especialmente entre os empreendedores que, pela busca de formalização ou crédito, podem ser levados a cair em armadilhas. Adotar práticas de segurança digital é uma das formas mais eficazes de combater essa onda crescente de golpes.