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      Cozinheira solidária leva marmita para população vulnerável

      Empreendedora social distribui marmitas no Rio de Janeiro e acaba de criar a primeira escola de gastronomia social na região

      Claudia Queiroga fundou a Escola de Gastronomia Social, no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação )
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      Beatriz Bevilaqua, 247 - Cláudia Queiroga é uma empreendedora social que transformou o ato de alimentar em um movimento político, afetivo e sustentável. Desde a pandemia, quando integrou a rede da Cozinha Gastromotiva Social, ela não parou mais. Hoje, além de continuar oferecendo marmitas a quem tem fome nas ruas do Rio de Janeiro, ela acaba de fundar a primeira Escola de Gastronomia Social no bairro Engenho da Rainha, na Zona Norte da cidade.

      “Eu me tornei uma cozinheira solidária por conta da pandemia, para apoiar as pessoas em vulnerabilidade nas ruas. Isso se transformou num amor à cozinha, à gastronomia, e a uma vontade imensa de levar um prato saudável, saboroso e afetivo para quem precisa”, conta.

      A lógica que move seu trabalho é simples e poderosa: “Quem pode pagar, paga. Quem não pode, recebe a comida.” O modelo de atuação de Cláudia conecta doadores que têm recursos financeiros, mas não sabem como ajudar diretamente, a quem tem fome e precisa de um prato de comida. “Eu dou o que está abundante em mim, minhas mãos, meu talento para cozinhar e o outro dá o que tem: tempo, dinheiro, ou vontade.”

      A decisão de sair de casa em pleno auge da pandemia para entregar marmitas pelas ruas do centro do Rio foi tomada com coragem e afeto. “Eu não queria ver as pessoas morrendo sem poder fazer nada”, lembra. O gesto, considerado insano por familiares e amigos, se transformou em vocação.

      Durante os anos de 2020 a 2022, Cláudia distribuiu mais de 150 mil marmitas. Sem carro, organizava a logística com a ajuda de voluntários e trocas solidárias com outros projetos. Esse movimento foi inicialmente viabilizado pela Gastromotiva, ONG que articulou insumos e bolsas de auxílio para cozinhas solidárias. “Chegaram a ser 50 cozinhas só no Rio. A logística era impecável. Recebíamos gás, material de limpeza, proteínas, legumes e verduras toda semana”, relata.

      Da cozinha à escola social

      Com o ar do tempo, Cláudia se profissionalizou ainda mais. Fez cursos, participou de formações oferecidas pelo Sebrae e redesenhou seu projeto como um verdadeiro negócio social. Hoje, além de continuar fornecendo refeições a quem precisa, também realiza eventos pagos e integra catálogos como o da Fiocruz, que ajudam a custear suas operações.

      “Hoje eu vendo para quem pode pagar, mas continuo doando para quem precisa. Isso me permite manter o sonho vivo”, afirma. Sua cozinha trabalha com insumos agroecológicos, sem açúcar refinado, e com rastreabilidade dos produtos. Ela se orgulha de estar no primeiro catálogo de saúde pública e alimentação agroecológica da Fiocruz.

      Além disso, suas práticas sustentáveis incluem telhados verdes, hortas urbanas e parcerias com produtores locais. “Se a cenoura estiver cara, eu substituo por batata-doce. A gente precisa cozinhar com o que está abundante. A cozinha é uma adaptação constante.”

      Hoje, Cláudia integra o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e conta com parcerias com iniciativas como o Instituto Mão na Jaca e o Uai Tofu. “Faço uma feijoada vegana maravilhosa com tofu defumado”.

      O mapeamento das áreas em maior vulnerabilidade é feito por ela mesma, que observa, estuda e atua nas ruas. “Quem a fome não pode esperar. A fome tem pressa. E enquanto a política discute, a comida precisa chegar.” A sua visão é clara: “ar fome é não saber o que vai comer na próxima refeição. Isso é insegurança alimentar. E não podemos aceitar isso num país que tem de tudo para alimentar seu povo.”

      Atualmente, a empreendedora está estruturando sua Cozinha Escola Social, projeto que precisa de doações, insumos e apoio. Seu apelo é direto: “A gente precisa fazer a nossa parte. Eu não alimento o mundo inteiro, mas alimento aqueles que consigo.”

      Cláudia Queiroga é o elo entre quem tem fome e quem tem como ajudar. E seu trabalho é prova de que, com vontade, parceria e afeto, é possível transformar o ato de cozinhar em um verdadeiro instrumento de justiça social.

      Assista na íntegra:

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